Os ucranianos hastearam bandeiras nacionais e cantaram o hino do país após o presidente Volodymyr Zelensky marcar para esta quarta-feira, 16, o “dia da união" contra uma suposta invasão russa. Uma grande celebração aconteceu no estádio olímpico de Kiev.
“Dizem-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Faremos dele o Dia da União. O decreto pertinente já foi assinado. Neste dia, vamos hastear bandeiras nacionais, colocar fitas azuis e amarelas e mostrar ao mundo nossa unidade”, enfatizou Zelensky em post nas redes sociais na última segunda-feira, 14.
Na última semana, a imprensa americana publicou que havia um temor de que a Rússia invadisse a Ucrânia antes do fim dos Jogos de Inverno de Pequim. O evento se encerra no próximo domingo, 20.
Putin diz que não quer guerra
O governo da Rússia, há semanas, diz que não pretende invadir o país vizinho, mas cobra “respostas satisfatórias”. Nesta segunda-feira, 14, Zelensky reiterou o interesse da Ucrânia em ingressar na Otan. Já Vladmir Putin pressiona para que forças do Ocidente não se estabeleçam no Leste europeu.
"É claro que não queremos [guerra]", disse Putin, ontem, em entrevista coletiva ao lado de Olaf Scholz, chanceler da Alemanha. O russo pontuou que Moscou continua aberta a negociações, “de forma que o resultado deve ser um acordo para garantir a igualdade de segurança de todos, incluindo nosso país”.
Entenda a crise
A Rússia quer impedir o avanço ocidental no Leste europeu. Devido a isso, o presidente Vladmir Putin é terminante contra a entrada da Ucrânia na Otan, aliança militar formada por países ocidentais.
A região era formada por países da antiga União da Repúblicas Socialistas Soviéticas, que entrou em declínio com o fim da Guerra Fria. Alguns países mantiveram-se sob a influência russa, como é o caso do Belarus, mas outros, inclusive, entraram na Otan, como Letônia e Lituânia.
A Ucrânia segue dividida entre os prós e contra a Rússia. Desde 2013, a fronteira russo-ucraniana registra tensões geopolíticas. Em 2014, o então presidente Víktor Fédorovych Yanukóvytch, pró-Moscou, foi deposto do poder em Kiev. No mesmo ano, a Rússia anexou a Península da Crimeia ao domínio do Kremlin.