Presidente da Ucrânia considera romper laços diplomáticos com a Rússia

Em entrevista coletiva, Zelensky disse que o pedido foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores

Da redação com BandNews TV

Zelensky respondeu à iniciativa russa de reconhecer independência de Donetsk e Luhansk Divulgação Governo da Ucrânia
Zelensky respondeu à iniciativa russa de reconhecer independência de Donetsk e Luhansk
Divulgação Governo da Ucrânia

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, considera romper relações diplomáticas com a Rússia, segundo informou a jornalistas nesta terça-feira, 22. A declaração é uma resposta à decisão de Moscou em reconhecer duas regiões separatistas do Leste ucraniano, Donetsk e Luhansk, na província de Donbass.

Quem fez o pedido de rompimento dos laços com a Rússia foi o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia. Na mesma entrevista, Zelensky solicitou uma ação imediata dos aliados para impor sanções contra Moscou.

"O Ministério das Relações Exteriores propôs que eu considere a possibilidade de romper as relações diplomáticas entre a Ucrânia e a Rússia. Logo após esta entrevista coletiva, explorarei a possibilidade, juntamente com nossa resposta efetiva à escalada da Rússia", disse Zelensky, em Kiev, logo após encontro com o presidente Alar Karis, da Estônia.

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O líder ucraniano também minimizou a possibilidade de um conflito em larga escala com a Rússia, mas ressaltou o preparo do país para introduzir a lei marcial caso haja invasão. A medida foi aprovada em 2018 pelo parlamento ucraniano e permite que o presidente imponha restrições para defender a nação.

O governo da Rússia, sem citar Zelensky, disse que o rompimento dos laços diplomáticos entre os dois países é “extremamente indesejável”. Segundo Dmitry Peskov, secretário de imprensa presidencial russo, tal ação ucraniana só “complicará ainda mais a relação entre os dois povos”.

"Naturalmente, o rompimento das relações diplomáticas seria um cenário extremamente indesejável, o que só tornaria tudo ainda mais difícil não só para os estados, mas também para seus povos", argumentou Peskov.

Putin e os separatistas

Ontem, Putin assinou um decreto que reconhece a independência das autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk, regiões que formam a província de Donsbass. Separatistas ucranianos reivindicam a área desde 2014, quando o então presidente Víktor Fédorovych Yanukóvytch (Ucrânia), pró-Moscou, foi deposto. Na mesma época, a Península da Crimeia foi anexada pelos russos.

“Considero necessário tomar uma decisão muito atrasada: reconhecer imediatamente a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk”, disse Putin em comunicado transmitido em rede nacional.

Rússia, Ucrânia e Otan

Em paralelo ao reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk, Rússia e Ucrânia vivem outro embate. Putin é terminantemente contra a presença da Otan, aliança militar do Ocidente, no Leste europeu. Isso será possível se Kiev aceitar um eventual convite da organização em que os Estados Unidos é um dos principais membros.

Os EUA e aliados acreditam na possibilidade de invasão russa à Ucrânia. Putin nega qualquer interesse armado contra o vizinho, mas cobra “respostas satisfatórias” e diplomáticas sobre o ingresso de Kiev na Otan.

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