Ucrânia lança maior ataque de drones contra Moscou

País respondeu a ataque sofrido na madrugada. Rússia diz ter abatido 34 drones a caminho de Moscou, de um total de 70 lançados contra o país. Três aeroportos tiveram que interromper suas operações.

Por Deutsche Welle

Bombardeada com um número recorde de 145 drones na madrugada deste domingo (10/11), a Ucrânia reagiu atacando Moscou com ao menos 34 drones, na mais pesada investida contra a capital russa desde o início da guerra, em 2022.

O ataque ucraniano interrompeu o tráfego aéreo em três grandes aeroportos de Moscou e feriu ao menos uma pessoa em um vilarejo nos subúrbios da cidade. Segundo a agência russa de transporte aéreo, o ataque forçou o desvio de ao menos 36 voos nos aeroportos de Domodedovo, Sheremetyevo e Zhukovsky.

Com ao menos 21 milhões de habitantes, a região metropolitana de Moscou é considerada uma das maiores da Europa, ao lado de Istambul, na Turquia.

A Ucrânia informou ter visado também um arsenal militar na região de Bryansk, onde as forças russas abateram outros 14 drones, de um total de 36 que o Ministério de Defesa russo diz ter destruído fora de Moscou.

Dos 145 ataques a drone sofridos na madrugada, Kiev disse ter conseguido repelir 62.

A Ucrânia tem sido alvo de sucessivos ataques de drones russos e tenta se defender atacando refinarias, pistas de pouso e estações de radar.

Guerra pode estar entrando em reta final

A guerra na Ucrânia já dura mais de dois anos e meio. Para alguns observadores, ela pode estar entrando agora na reta final, com o avanço mais rápido das tropas russas e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos.

Trump, que assume o cargo em janeiro, disse durante a campanha que poderia trazer a paz à Ucrânia em 24 horas, mas deu poucos detalhes sobre como faria isso. Aliados do americano têm sugerido que a Ucrânia deveria ceder parte de seu território à Rússia.

O bilionário Elon Musk, um dos maiores apoiadores de Trump, é dono da SpaceX, empresa que vende serviços de comunicação via satélite considerados essenciais para a defesa ucraniana. Quando o presidente ucraniano Volodimir Zelenski ligou para o republicano para parabenizá-lo pela vitória, Musk estava ao lado do americano e juntou-se à ligação, segundo noticiado pela imprensa.

Também neste domingo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse ver "sinais positivos" para a próxima presidência do republicano. "Durante a campanha, Trump disse que [...] pode fazer acordos que vão levar todo mundo à paz", afirmou a repórteres. "Ele não fala de um desejo de impor uma derrota estratégica à Rússia, e isso o distingue favoravelmente da atual administração [americana]."

O ataque russo também veio após a assinatura de um pacto militar de mútua defesa entre Rússia e Coreia do Norte, marcando a maior aproximação entre os dois países desde o fim da Guerra Fria.

Mais cedo nesta semana, a Ucrânia afirmou ter registrado pela primeira vez confrontos diretos com soldados norte-coreanos. Segundo os EUA, Pyongyang teria enviado ao menos 3 mil militares à Rússia.

Guerra por drones

A guerra por drones é um dos maiores diferenciais do conflito entre Moscou e Kiev. Os dois lados têm se dedicado ao desenvolvimento de novas tecnologias, estudando novas maneiras de usar drones e destruí-los, e espalhando filmagens que mostram os estragos causados pelos aparelhos.

A Rússia desenvolveu uma série de proteções aéreas eletrônicas sobre Moscou, com camadas adicionais sobre prédios estratégicos e uma rede complexa de defesa capaz de abater os drones ucranianos antes mesmo que eles atinjam seu alvo.

A rica capital russa floresceu sob a guerra, impulsionada por gastos recordes de defesa.

ra (Reuters, AP)

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