Ucrânia diz ter sofrido "um dos maiores ataques" russos com mísseis e drones

Rússia lança bombardeio maciço com mísseis e drones contra todo território ucraniano, alvejando várias cidades e a infraestrutura de energia do país

Por Deutsche Welle

A Rússia lançou neste domingo (17) um ataque maciço de mísseis e drones em toda a Ucrânia que alvejou várias cidades – incluindo Kiev e Odessa – e atingiu a infraestrutura de energia do país.

A Força Aérea ucraniana informou que os sistemas de defesa aérea interceptaram 102 mísseis e 40 drones e que as forças russas lançaram contra a Ucrânia um total de 120 mísseis de vários tipos, incluindo hipersônicos, e 90 drones.

"Nossas defesas aéreas destruíram mais de 140 alvos aéreos", informou no Telegram o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. "Infelizmente, há danos a edifícios causados pelos impactos e destroços que caíram", acrescentou.

Zelenski disse que os ataques russos tinham como alvo principal a infraestrutura de energia em todo o país, e que houve interrupções de energia em certas áreas. O trabalho de limpeza estava em andamento, acrescentou.

"Resposta de Putin a telefonemas"

O ministro do Exterior ucraniano, Andrii Sybiha, chamou os bombardeios de "um dos maiores ataques" lançados por Moscou e disse que eles foram a resposta do presidente russo, Vladimir Putin, a todas as pessoas que ligaram para ele e o visitaram recentemente.

"A Rússia lançou um dos maiores ataques aéreos: drones e mísseis contra cidades pacíficas, civis adormecidos e infraestrutura crítica. Essa é a verdadeira resposta do criminoso de guerra Putin a todos aqueles que ligaram e o visitaram recentemente. Precisamos de paz por meio da força, não do apaziguamento", enfatizou Sybiha em uma mensagem no X.

Na sexta-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz conversou pela primeira vez desde dezembro de 2022 com Putin, pedindo que ele acabe com a guerra e retire suas tropas, além de insistir na necessidade de "negociações sérias com a Ucrânia" para "uma paz justa e duradoura", enquanto o chefe do Kremlin insistiu que está disposto a negociar a paz, mas em seus termos. O telefonema foi criticado pela oposição alemã e pelo governo ucraniano.

Rússia confirma ataque

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o ataque maciço a instalações de infraestrutura militar e energética em toda a Ucrânia.

De acordo com a declaração militar, aeródromos militares foram atingidos, assim como instalações de produção de gás e energia usadas para a operação de empresas do complexo militar-industrial da Ucrânia.

Além disso, as forças russas atacaram um armazém de veículos aéreos não tripulados, assim como concentrações de tropas ucranianas em 144 pontos do país inimigo, disse a nota oficial.

Explosões e edifícios incendiados

Dois edifícios residenciais em Kiev pegaram fogo, segundo as autoridades. Explosões também foram registradas em Zaporíjia, Dnipro, Kryvyi Rih e Odessa.

Em várias áreas, a energia foi desligada como medida de precaução, para evitar uma possível sobrecarga da rede elétrica caso as instalações de energia fossem atingidas.

Os ataques russos têm visado repetidamente o fornecimento de energia da Ucrânia. Segundo Kiev, a Rússia já destruiu metade da capacidade energética da Ucrânia com seus ataques de drones e mísseis em sua ofensiva de quase três anos.

A operadora de energia ucraniana DTEK relatou "danos graves" a algumas de suas usinas de energia térmica.

Duas mulheres morreram e outras seis ficaram feridas, incluindo duas crianças, por ataque de drones em Mykolaiv, no sul do país, afirmou o governador militar regional Vitalii Kim na manhã de domingo.

Kim relatou danos a casas particulares, um prédio alto, um shopping center e vários carros. Ele também observou que uma estrutura de infraestrutura não identificada foi atingida.

Mykolaiv, uma cidade portuária no Mar Negro, localizada a leste de Odessa e perto das linhas de frente russas, tem sido alvo frequente de ataques.

Um recente ataque de drones russos causou a morte de cinco pessoas na cidade.

md (EFE, AFP, DPA)

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