Turquia oferece auxílio e proíbe demissões em regiões afetadas por terremotos

Buscas por sobreviventes foram encerradas na província de Hatay, uma das mais afetadas do país

Da Redação

Família em tenda depois que sua casa desabou devido ao terremoto em Antakya, em Hatay
REUTERS/Thaier Al-Sudani

A Turquia implementou nesta quarta-feira (22) um programa temporário de apoio salarial em dez cidades afetadas pelos terremotos que atingiram o Sul e o Leste do país no início deste mês. A medida, que também proíbe demissões, busca proteger trabalhadores e empresas do impacto financeiro. O plano econômico prevê que empregadores cujos locais de trabalho foram "fortemente ou moderadamente danificados" recebam apoio para pagar salários de trabalhadores com horas laborais reduzidas.

O terremoto de magnitude 7,8 provocou a morte de pelo menos 47 mil pessoas, danificou ou destruiu centenas de milhares de edifícios na Turquia e na Síria e deixou milhões de desabrigados. Na última terça-feira (21), outro terremoto na região sul da Turquia causou seis mortes e foi seguido por 90 tremores secundários, segundo a Autoridade de Gerenciamento de Emergências e Desastres da Turquia (AFAD).

De acordo com o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, 865 mil pessoas estão vivendo em tendas e 23,5 mil em contêineres, enquanto 376 mil estão em dormitórios estudantis e pensões públicas fora da zona do terremoto. 

A expectativa do mercado é que os custos dos terremotos para o Governo da Turquia possam chegar a US$ 100 bilhões, incluindo despesas com a reconstrução de moradias e infraestrutura das cidades afetadas. Como resultado, espera-se que o crescimento da economia turca feche em queda de um a dois pontos percentuais até o final do ano.

Essa crise humanitária e econômica ocorre em meio às eleições presidenciais e parlamentares, previstas para maio. Erdogan já enfrentava pressões antes do terremoto devido ao aumento do custo de vida no país. Além disso, medidas impopulares, como o bloqueio do acesso ao fórum online Eksi Sozluk e ao Twitter, foram tomadas como forma de combater a disseminação da desinformação. A polícia turca ainda prendeu dezenas de pessoas acusadas de criar medo e pânico ao "compartilhar postagens provocativas" sobre o terremoto nas redes sociais.

Sobreviventes

As autoridades turcas anunciaram na terça-feira (22) o encerramento da busca por sobreviventes na província de Hatay, uma das mais atingidas pelos terremotos. Das seis vítimas fatais do último terremoto registrado na Turquia, três foram vitimadas após entrarem em edifícios vazios ainda de pé para recuperar pertences, segundo a Agência EFE.

O tremor ainda provocou o abalo de edifícios que pareciam intactos, de modo que nenhum imóvel pode ser considerado seguro no momento, segundo a emissora turca "NTV". 

Hatay tem 1,6 milhão de habitantes e apresenta 37 mil edifícios em ruínas. 

Devido aos impactos do terremoto, a expectativa da câmara de comércio local é que a economia não se recupere no curto prazo. Entre as 2 mil pequenas empresas registradas, 1.700 foram arruinadas pelos terremotos, causando um êxodo de sobreviventes que carecem dos serviços necessários para a vida cotidiana.

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