Donald Trump venceu as eleições norte-americanas de 2024 e conseguiu reconquistar a Geórgia, um estado que ele havia perdido para Joe Biden nas disputas de 2020. O presidente eleito garantiu a vitória com 50,8% dos votos, superando a candidata democrata Kamala Harris, que obteve 48,5%. O empresário também levou os 16 delegados do estado, reforçando sua posição na corrida para a Casa Branca.
A disputa acirrada de 2020, que gerou intensas controvérsias e disputas jurídicas sobre alegações de fraude eleitoral, agora parece ser um assunto encerrado, com Donald Trump demonstrando força renovada em um estado-pêndulo, considerando um dos cruciais para o resultado das eleições gerais.
O cenário de 2020, quando Trump perdeu a Geórgia por uma margem estreita de menos de 12.000 votos, foi marcado por um drama nacional que incluiu telefonemas para autoridades locais, onde Trump pressionou para reverter o resultado da eleição.
A derrota foi um golpe para ele, especialmente porque a Geórgia havia sido tradicionalmente um reduto republicano. No entanto, as mudanças demográficas, especialmente o aumento da população urbana em Atlanta e de eleitores afro-americanos, impulsionaram a vitória de Biden.
Agora, em 2024, o estado se tornou um campo de batalha novamente. A vitória de Trump na Geórgia reforça a capacidade do ex-presidente de recuperar terreno nas regiões mais disputadas, com o apoio principalmente de eleitores brancos, não universitários e religiosos, um segmento que tem sido uma das suas bases de apoio mais sólidas.
Eleitores de Trump
Esses eleitores, especialmente nas áreas rurais e suburbanas, reagiram positivamente às promessas de Trump de políticas mais conservadoras, que incluem desde a redução de impostos até a intensificação de medidas contra a imigração ilegal.
Trump também conquistou um amplo apoio entre os eleitores de classes médias e trabalhadora. As promessas de revitalizar a economia, reduzir a burocracia e devolver o poder aos estados foram atrativos chave para esse perfil de eleitor.
O voto feminino, que parecia estar em sua maioria com Harris, também foi decisivo para a vitória do empresário. Isso porque nos últimos dias ele se concentrou em promessas sobre segurança e teve um discurso mais moderado sobre aborto.
Apesar do forte discurso contra a imigração, Trump também foi a escolha de latinos e negros. Segundo Roberto Uebel, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, o resultado favorável ao empresário reflete uma conjuntura política amplamente favorável a Trump e, de forma geral, aos conservadores – incluindo no Senado e na Câmara.
Além disso, a maneira como ele se posiciona contra o governo Biden, especialmente no que diz respeito à gestão econômica e políticas externas, ressoou entre os georgianos que veem Trump como uma figura que defende seus interesses e valores tradicionais.