Trump explorou insatisfação nos EUA para conseguir votos de latinos, negros e mulheres

Segundo professor de Relações Internacionais, estratégia do ex-presidente focou em conquistar o voto de eleitores indecisos

Por Da redação

Eleitores comemoram eleição de Donald Trump nos EUA
REUTERS/Andrew Kelly

O cenário econômico, político e social dos Estados Unidos gerou um ambiente desfavorável para a candidatura da democrata Kamala Harris, enquanto Donald Trump, pelo partido Republicano, soube capturar e explorar os sentimentos populares. A análise é de Roberto Uebel, professor do curso de Relações Internacionais da ESPM. 

“Com sua mensagem de ‘Make America Great Again’ ("Faça a América Grande Novamente"), ele conseguiu atrair até mesmo eleitores indecisos. A estratégia política de Trump focou em conquistar o voto dos eleitores indecisos, especialmente entre grupos minoritários e marginalizados da sociedade americana", diz o especialista.

Surpreendentemente, ele obteve um apoio expressivo entre afro-americanos, mulheres, jovens, latinos e imigrantes, apesar de seus discursos e ações frequentemente se contraporem aos interesses desses mesmos grupos. 

Embora os dois candidatos aparecessem tecnicamente empatados nas últimas pesquisas de intenção de voto, a democrata era apontada até a reta final da campanha como favorita pela maioria dos integrantes desses grupos minoritários, o que acabou não se concretizando – pelo menos não com a grande diferença que se esperava. 

Segundo Roberto Uebel, o resultado da eleição nos Estados Unidos, no geral, reflete uma conjuntura política amplamente favorável a Trump e, de forma geral, aos conservadores – incluindo no Senado e na Câmara.

“Teremos, assim, não apenas um governo republicano, mas também um Congresso republicano, o que dará legitimidade às políticas e ações que Trump implementará nos próximos quatro anos”, pontua. 

De acordo com ele, esse contexto pode influenciar na política em várias partes do mundo, incluindo no Brasil, onde, mesmo com Jair Bolsonaro inelegível para 2026, essa atmosfera pode favorecer campanhas de viés conservador.

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