Trump critica Biden por comutar pena de condenados à morte

Presidente eleito diz que, quando tomar posse, vai instruir o Departamento de Justiça a "buscar vigorosamente" a pena de morte para "estupradores violentos, assassinos e monstros".

Por Deutsche Welle

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Donald Trump criticou nesta terça-feira (24/12) o presidente democrata Joe Biden por ter comutado as sentenças de quase todos os condenados à morte que aguardavam execução em prisões federais.

"Joe Biden acaba de comutar as sentenças de morte de 37 dos piores assassinos de nosso país", publicou o presidente eleito em sua plataforma Truth Social. O republicano, que tomará posse em janeiro, também disse que vai instruir futuramente o Departamento de Justiça dos EUA a "buscar vigorosamente" a pena de morte "estupradores violentos, assassinos e monstros" durante sua gestão.

Biden, em seu último mês no cargo, anunciou na segunda-feira que ordenou que as sentenças de morte de 37 dos 40 detentos que aguardavam execução federal fossem comutadas para prisão perpétua sem direito à liberdade condicional.

"Quando observarem as ações de cada um, não acreditarão que ele fez isso. Não faz o menor sentido. As famílias e os amigos (das vítimas) estão ainda mais devastados. Eles não conseguem acreditar que isso esteja acontecendo!", disse Trump.

Entre os beneficiados estão nove pessoas condenadas por assassinato de colegas de prisão, quatro por homicídios cometidos durante assaltos a bancos e outro que matou um agente penitenciário.

Biden havia imposto uma moratória sobre a pena de morte federal, mas estava sob pressão para tomar outras medidas antes de deixar a Casa Branca em 20 de janeiro, em meio a anúncios feitos pelo republicano de que retomaria a prática.

Os três condenados que não foram beneficiados pelo perdão presidencial foram o radical islâmico Djokhar Tsarnaev, um dos autores do ataque à Maratona de Boston em 2013; Dylann Roof, um supremacista branco que matou nove pessoas negras em uma igreja de Charleston em 2015; e o antissemita Robert Bowers, condenado por matar 11 pessoas em uma sinagoga de Pittsburgh em 2018.

"Não se enganem: eu condeno esses assassinos, lamento pelas vítimas de seus atos desprezíveis e lamento que muitas famílias tenham sofrido perdas inimagináveis e irreparáveis", disse Biden. "Mas guiado por minha consciência e minha experiência… estou mais convencido do que nunca de que devemos acabar com o uso da pena de morte em nível federal", acrescentou.

Trump confirmou nesta terça-feira que ordenará ao Departamento de Justiça que "persista vigorosamente em (solicitar) a pena de morte para proteger as famílias e as crianças americanas de estupradores violentos, assassinos e monstros. "Vamos voltar a ser a nação da lei e da ordem”, acrescentou.

A pena de morte foi abolida em 23 dos 50 estados dos Estados Unidos e uma moratória está em vigor em outros seis (Arizona, Califórnia, Ohio, Oregon, Pensilvânia e Tennessee). Em 2024, o país registrou 25 execuções, todas ordenadas em nível estadual.

jps (AFP, ots)

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