A maior usina nuclear da Europa foi alvo de ataques de tropas da Rússia na noite desta quinta-feira (3) na cidade de Energodar, na Ucrânia. Os bombardeios causaram um incêndio em um dos reatores do local.

Em entrevista para uma televisão ucraniana, o porta-voz da usina de Zaporizhzhia, Andriy Tuz, disse que os mísseis estavam caindo diretamente na instalação e incendiaram um dos seis reatores.

Ainda segundo ele, o reator que foi atingido está em reforma e não estava operando. Não há escape de elemento radioativo e o fogo está sendo controlado por bombeiros que conseguiram entrar no local.

Nas redes sociais, a Agência Internacional de Energia Atômica informou que o regulador da Ucrânia disse que não houve nenhuma mudança relatada nos níveis de radiação no local da Usina Nuclear de Zaporizhzhia.

O ministro das Relações Exteriores do país, Dmytro Kuleba, pediu aos russos que cessem imediatamente o ataque e falou em desastre maior que o de Chernobyl.

“O exército russo está disparando de todos os lados contra a central nuclear de Zaporizhzhia, a maior usina nuclear da Europa. O fogo já começou. Se explodir, será 10 vezes maior que Chernobyl! Os russos devem cessar imediatamente o fogo, permitir os bombeiros, estabelecer uma zona de segurança”, publicou.

A Empresa Nacional de Geração de Energia Nuclear da Ucrânia emitiu um comunicado à comunidade mundial alertando que o bombardeio foi "uma violação da segurança nuclear e radiológica da maior instalação nuclear da Europa, o que pode ter consequências graves e trágicas para o mundo".

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky condenou o ataque de tropas da Rússia e o chamou de terrorismo nuclear.

“Pela primeira vez na nossa história, na história da humanidade, o estado terrorista recorreu ao terror nuclear. Os propagandistas russos ameaçaram todos, lembramos para cobrir o mundo com cinzas nucleares. Agora não é uma ameaça, é uma realidade”, disse em vídeo divulgado em redes sociais.

Zelensky também alertou para as consequências que uma explosão no local pode causar à Ucrânia e também ao mundo.

“A usina tem 15 quarteirões. se houver uma explosão é o fim de tudo, é o fim da Europa. Somente uma ação imediata da Europa pode deter as tropas russas”, disse.

A Rússia já domina a usina de Chernobyl, no norte do país. O principal temor é que o local volte a registrar um novo desastre nuclear em meio aos bombardeios das tropas de Vladimir Putin.