Tribunal ucraniano condena soldado russo a prisão perpétua por crime de guerra

Vadim Shishimarin havia se declarado culpado por matar um idoso desarmado na Ucrânia

Pavel Polityuk, da Reuters

Soldado russo Vadim Shishimarin durante audiência em tribunal de Kiev
Viacheslav Ratynskyi/Reuters

Um tribunal ucraniano condenou um soldado russo a prisão perpétua nesta segunda-feira (23) por matar um civil desarmado no primeiro julgamento por crimes de guerra decorrentes da invasão do país pela Rússia em 24 de fevereiro.

Vadim Shishimarin, um comandante de tanque de 21 anos, havia se declarado culpado de matar Oleksandr Shelipov, de 62 anos, na aldeia ucraniana de Chupakhivka, no nordeste do país, em 28 de fevereiro, após receber ordem para atirar nele.

O juiz Serhiy Agafonov disse que Shishimarin, executando uma "ordem criminosa" dada por um militar de patente superior, tinha disparado vários tiros na cabeça da vítima com uma arma automática.

Shishimarin, usando uma blusa azul e cinza com capuz, assistiu aos procedimentos silenciosamente de uma caixa de vidro reforçada na sala de audiências e não mostrou nenhuma emoção quando o veredicto foi lido.

O julgamento tem um enorme significado simbólico para a Ucrânia, que acusou a Rússia de atrocidades e brutalidade contra civis durante a invasão e disse ter identificado mais de 10 mil possíveis crimes de guerra.

A Rússia nega ter civis como alvo ou envolvimento em crimes de guerra.

O Kremlin não comentou imediatamente o veredicto. Disse anteriormente que não tem informações sobre o julgamento e que a ausência de uma missão diplomática na Ucrânia limita sua capacidade de fornecer assistência.

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