Na avaliação do professor de Relações Internacionais da ESPM, Leonardo Trevisan, o presidente peruano Pedro Castillo não possui o apoio de militares após o anúncio anuncia a dissolução do Congresso feito nesta quarta-feira (7).
“Ele não tem nenhum apoio militar, não fala de apoio militar e há um silêncio relativo a isso durante todo o último ano. O golpe é essencialmente parlamentar. O grande apelo que Castillo está fazendo é pedir uma nova constituinte”, disse em entrevista ao BandNews TV.
Trevisan também avalia que Castillo teve dificuldade de governar o país desde que foi eleito e questiona se ele também vai conseguir cumprir as ações.
“A questão central é de fato ele nunca conseguiu governar. A questão central vai passar a ser básica, é se ele vai conseguir fazer valer essa determinação”, disse.
Congresso aprova impeachment
O Congresso do Peru aprovou nesta quarta-feira (7) o impeachment do presidente Pedro Castillo. Por 101 votos a favor, seis contra e 10 abstenções, o político será deposto do cargo.
A votação estava marcada, mas foi adiantada após Pedro Castillo anunciar à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um “governo de emergência excepcional” para convocar novas eleições e mudar a Constituição do país.
Entenda
O presidente do Peru, Pedro Castillo, anunciou a dissolução do Congresso Nacional após tentativa da oposição de destituí-lo do cargo por meio da terceira tentativa de impeachment. A declaração foi dada nesta quarta-feira (7) em comunicado oficial da Presidência. A imprensa local define a ação como golpe de Estado.
Castillo foi eleito nas eleições de 2021, quando derrotou a rival Keiko Fujimori. No comunicado de hoje, o presidente também anunciou “governo de exceção” e toque de recolher entre 22h e 4h.
“Tomamos a decisão de estabelecer um governo de exceção, orientado a restabelecer o Estado de Direito e a democracia. Se ditam as seguintes medidas: dissolver temporariamente o Congresso da República e instaurar um governo de emergência excepcional”, disse o presidente peruano.
No mesmo comunicado, Castillo convocou novas eleições para o Congresso, além da elaboração de uma nova Constituição em um prazo máximo de nove meses. Até a data, o país será governado por meio de decretos presidenciais.
“Convocar, no mais breve, prazo eleições para um novo Congresso, com faculdades constituintes, para elaborar uma nova Constituição, em um prazo no máximo de nove meses. A partir da data de entrada, o novo Congresso da República governara perante decretos-lei”, continuou o presidente no comunicado.