Três testemunhas são ouvidas no segundo dia de julgamento de Flordelis

Nesta quarta-feira (09), terceiro dia de julgamento, a previsão é que testemunhas de defesa de Flordelis falem.

Mariana Albuquerque

Da esquerda para direita: Marzy, Rayane, Simone , André Luiz e Flordelis
Brunno Dantas/ TJRJ

Três testemunhas foram ouvidas no segundo dia de julgamento da ex-deputada Flordelis, dos filhos dela André Luiz, Marzy Teixeira e Simone dos Santos, além da neta da ex-parlamentar Rayane dos Santos. Todos acusados de envolvimento no assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, em 2019.

 A previsão era de nove pessoas prestarem depoimento, mas apenas falaram o investigador da Polícia Civil Thiago Vaz (da equipe do delegado Allan Duarte, que prestou depoimento no primeiro dia de julgamento) e os filhos afetivos da ex-deputada Alexandre Felipe, o pastor Luan, e Wagner Andrade, o Misael.

Nesta quarta-feira (09), terceiro dia de julgamento, a previsão é que testemunhas de defesa de Flordelis falem.

 Florderlis, no fim do julgamento desta terça, passou mal e precisou ser retirada da sessão, mas logo voltou. Ela passou a maior parte do dia com a cabeça abaixada e com o casaco tapando parte do rosto.

A defesa de Flordelis, por meio do advogado Rodrigo Faucz, diz que todos os testemunhos até agora só reforçam que não há provas concretas que incriminem a ex-parlamentar.

Em depoimento, os filhos voltaram a confirmar o envolvimento da mãe na morte do pastor.  Eles preferiram falar por videoconferência porque disseram que não tinham condições emocionais de estar cara a cara com a mãe deles. O promotor de Justiça do Estado do Rio Décio Viegas disse que chegou a pedir que os réus saíssem, mas não foi permitido, e que algumas partes do depoimento foram prejudicadas no entendimento.

A defesa de Flordelis se posicionou contrária à decisão.

Pelo segundo dia consecutivo, o julgamento começou tarde, uma hora e meia depois do previsto. Isso porque a Secretaria de Administração Penitenciária atrasou no transporte de um dos réus, o André Luiz, do presídio ao Fórum de Niterói, Região Metropolitana do Rio.

Com a demora na escuta das testemunhas, não há uma previsão concreta para o fim do julgamento, que estava previsto para esta quarta-feira (09).  

Familiares, amigos e o namorado de Flordelis estavam presentes prestando apoio. Um deles saiu abalado do julgamento, chorando, e outro parente disse para ele ter fé.  

OS DEPOIMENTOS

Primeiro a prestar depoimento, o investigador Thiago Vaz disse que, de acordo com as investigações, foi possível perceber que a filha afetiva de Flordelis Marzy Teixeira e a própria ex-deputada eram as principais responsáveis pelo plano de matar Anderson do Carmo.  

Segundo a prestar depoimento, o mais longo, que durou cinco horas, Alexander Felipe, o pastor Luan, afirmou que o choro de Flordelis no enterro do pastor era falso. Ele também falou que Simone dos Santos, uma das filhas que está sendo julgada, confirmou a ele que envenenava Anderson. Depoimentos anteriores apontaram que ela relatou a outros familiares que sofria abusos e toques sexuais indesejados de Anderson.

Terceiro e último a prestar depoimento, Wagner Andrade, o Misael, relatou que Flordelis falava a ele que Deus iria levar o pastor Anderson porque o mesmo atrapalhava nas obras divinas, além de falar, após a morte do marido, para o filho não ficar de luto. Wagner, ao contrário de alguns outros depoimentos de filhos, disse que, a ele, Flordelis teria relatado os episódios de abuso sexual sofrido pelo pastor Anderson do Carmo, de forma que Wagner Andrade teria aconselhado a mãe a se separar ou expor na mídia e ela dito que não poderia e não teria coragem de fazer isso. O conhecido como Misael ainda relatou a parceria de Marzy Teixeira, filha afetiva, com a Flordelis, que também era patroa dela, no planejamento do crime. Ele acredita que o envolvimento de Marzy tenha sido por "dependência emocional" em relação a ex-deputada.  

PRIMEIRO DIA DO JULGAMENTO

Nesta segunda-feira (07), três testemunhas foram ouvidas: os dois delegados responsáveis pelo caso: Allan Duarte e Bárbara Lomba, e a Regiane Ramos, ex patroa de Lucas dos Santos, um dos filhos já condenado por adquirir a arma do crime.  

No total de dois dias de julgamento, de 30 testemunhas previstas, apenas seis falaram.  

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