Qual a diferença entre paliativo e terminal? Entenda cuidados e condições de saúde

Termos tiveram aumento de buscas no Google após médica da influenciadora Isabel Veloso alegar que ela não está com câncer terminal

Por Luiza Lemos

Isabel Veloso
Reprodução/Instagram/@isabelvelosoo

A declaração da médica de Isabel Veloso sobre o real estado de saúde da influenciadora causou um aumento de buscas sobre as diferenças entre o que é cuidado paliativo e o cuidado com pacientes terminais. A oncologista afirmou que a jovem de 18 anos, que trata um Linfoma de Hodgkin, não está em estágio terminal e sim, em cuidados paliativos, já que o tumor estabilizou. 

No Google, as buscas sobre o que significa estado paliativo aumentaram 1.200% nas últimas 24 horas, após a entrevista da médica ao GShow e a confirmação pela influenciadora que ela não está em estágio terminal e sim controlando a doença e melhorando a qualidade de vida. 

Para quem se pergunta o que é cuidado paliativo, ele não serve apenas para pacientes oncológicos em fase terminal ou sem chances de recuperação. Apesar do temor que o conceito pode trazer, ele não é algo negativo e serve para os mais diversos pacientes.

Conceito definido em 1990, os cuidados paliativos consistem em dar uma assistência múltipla para pacientes com doenças graves que ameaçam a vida e é bem mais amplo do que se pensa. Segundo Roberta França, médica e pós-graduada em Geriatria e Gerontologia, o conceito é um conjunto de ações voltadas ao “bem-estar de pacientes em terminalidade ou doença ameaçadora da vida”.

A médica cita que doenças comuns para os brasileiros são tratadas justamente com cuidados paliativos. “Se pararmos para pensar, o diabético é um paciente em cuidado paliativo, o renal crônico, com hipertensão, que passou por um AVC, tem demência, Alzheimer, Parkinson. Todas essas doenças têm cuidados paliativos, porque são doenças porque até a presente data, não temos uma droga curativa”, avalia. 

Já o tratamento no estágio de terminalidade se referem aos últimos momentos do paciente, sejam dias, semanas ou meses. Neste caso, há um período limitado de declínio funcional do corpo, constante e progressivo, ou disfunção grave de forma constante. 

No estágio terminal, os cuidados paliativos também existem, para aliviar sintomas físicos, incômodos e o sofrimento. A diferença é que há uma noção de terminalidade e o tratamento multidisciplinar é diferente para o paciente neste quesito. 

Quais são as 10 frentes dos cuidados paliativos?

A abordagem multidisciplinar que Roberta França e Pedro Archer citam têm o objetivo de aliviar sintomas, controlar a dor, gerenciar efeitos colaterais, fornecer suporte, além de ajudar os pacientes e famílias a tomar decisões. A questão espiritual é uma, mas vai muito além:

  • Controle da Dor e Sintomas: Garantir que os pacientes tenham alívio da dor e desconforto, controlando sintomas como falta de ar, náuseas, fadiga e outros.
  • Comunicação Aberta: Promover conversas honestas sobre o diagnóstico, prognóstico e opções de tratamento, permitindo que o paciente tome decisões informadas.
  • Suporte Emocional e Psicossocial: Oferecer apoio para lidar com o estresse emocional, ansiedade, depressão e outros desafios psicológicos que podem surgir durante o tratamento.
  • Assistência Espiritual: Respeitar as crenças espirituais do paciente e fornecer suporte espiritual, se desejado.
  • Cuidados de Enfermagem: Fornecer cuidados diários, incluindo higiene pessoal, alimentação e administração de medicamentos.
  • Planejamento Antecipado de Cuidados: Ajudar os pacientes a expressar seus desejos em relação aos cuidados médicos futuros, como ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e intervenções médicas.
  • Apoio à Família: Fornecer orientação e suporte emocional para os familiares, ajudando-os a entender e enfrentar a situação.
  • Conforto e Ambiente: Criar um ambiente tranquilo e confortável, seja em casa, no hospital ou em um hospício.
  • Acessibilidade a Recursos: Garantir que os pacientes tenham acesso a recursos como terapia, apoio nutricional, fisioterapia e outros serviços conforme necessário.
  • Cuidados até o Final: Prestar cuidados até o final da vida do paciente, com dignidade e respeito, focando no conforto e no bem-estar.

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