O ministro Dias Toffoli disse com exclusividade ao programa Canal Livre que a quebra de sigilo bancário de investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos mostra financiamento estrangeiro para atores políticos que fazem ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
Toffoli deu as novas informações após ser questionado sobre o futuro do deputado preso, Daniel Silveira. O ministro, entretanto, afirmou que o financiamento não está necessariamente ligado a Silveira.
Em outra parte de sua fala, ele disse que alguns dos investigados saíram do Brasil. "Eu fico impressionado com a facilidade dessas pessoas mudarem do país e terem condições econômicas de sobreviverem lá fora, sendo que são pessoas que não tinham nada em nosso país", comentou ele. O blogueiro Bolsonarista Allan dos Santos, que é um dos investigados, deixou o país no ano passado.
Atualmente, dois inquéritos investigam grupos que atacam as instituições. Toffoli abriu de ofício, quando era presidente do STF, o inquérito das fake news para investigar ameaças aos ministros da Corte, bem como a propagação de notícias falsas nas redes sociais. Outro inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) apura atos antidemocráticos que pediam o fechamento do STF e do Congresso e os possíveis financiamentos desse movimento. Os dois inquéritos têm Alexandre de Moraes como relator.
Daniel Silveira está entre os investigados que teve o sigilo quebrado. Além dele, os inquéritos também tiveram acesso aos dados bancários dos deputados Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG), Otoni de Paula (PSC-RJ), Carolina de Toni (PSL-SC), Alê Silva (PSL-MG), General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR) e do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).