Todos os ministros do STF seguiram Moraes por prisão de quem bloquear rodovias

Ordem aprovada pelo STF autoriza prisão em flagrante a aplicação de multa de R$ 20 mil a R$ 100 mil por quem fechar rodovias ou invadir prédios públicos

Da redação com Agência Brasil

Todos os ministros do STF seguiram Moraes por prisão de quem bloquear rodovias
STF acompanha voto de Moraes contra bloqueio de rodovias
Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter a decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o uso das forças de segurança de todo o país contra o bloqueio de vias urbanas e rodovias e contra a ocupação de prédios públicos. Neste caso, ficam autorizadas operações das polícias militares, inclusive em territórios de competência federal.

A medida foi julgada por meio do plenário virtual. Todos os ministros seguiram o voto do relator. A maioria já havia sido alcançada por volta do meio-dia da última quinta-feira (12).

A medida atende um pedido de um advogado-geral da União, Jorge Messias. Ele solicitou providências diante da convocação de atos golpistas para a última quarta-feira (11), em todo o país. Na petição, o AGU anexou panfletos e mensagens de grupos extremistas no aplicativo de mensagens Telegram.

Prisão em flagrante e multa de R$ 20 mil

Ainda segundo a decisão, qualquer pessoa flagrada em bloqueios de vias ou que impõem força para invadirem prédios públicos deve ser presa em flagrante, além de ficar sujeita à multa de R$ 20 mil. Se houver empresas envolvidas, a multa determinada foi de R$ 100 mil. Veículos utilizados devem ser identificados e apreendidos.

As multas devem ser aplicadas não somente a quem participar diretamente dos atos, como também a quem promova a incitação, inclusive em meios eletrônicos ou que preste apoio material logístico e financeiro a manifestações que visem ao ataque do Estado democrático de direito.

Telegram deve bloquear contas

Pela decisão, o Supremo confirmou ainda a ordem para que o Telegram bloqueie contas, canais e grupos listados pela AGU na petição enviada ao Supremo, no prazo de duas horas a partir da notificação, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia.

As informações cadastrais das contas e todo o conteúdo delas e dos grupos envolvidos devem ser enviados à Corte e preservadas pela plataforma.

Voto de Moraes

No voto, Moraes replicou a liminar (decisão provisória) que determinou as ordens. Nela, ele argumenta que as informações fornecidas pela AGU “demonstram a existência de organização criminosa que visa a desestabilizar as instituições republicanas”.

O ministro frisou a existência “de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”.

“Iminência de grave situação”, diz AGU

No pedido que fez ao Supremo, o advogado-geral alertou que o país está numa iminência de grave situação, semelhante à observada no domingo (8). Naquele dia, grupos golpistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF, prédios públicos que ficam na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

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