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Tempestade Boris deixa rastro de destruição na Europa

Número de mortos em enchentes na Europa Central e Oriental chega a 15. Países da região ainda esperam que águas continuem a subir até quarta-feira.

Deutsche Welle

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O número de mortos nas piores enchente enfrentadas pela Europa Central e Oriental em pelo menos duas décadas aumentou nesta segunda-feira (16/09). Pelo menos 15 pessoas já morreram em inundações provocadas pela tempestade Boris na Áustria, Romênia, Polônia, República Tcheca, Hungria e Eslováquia.

A Romênia é o país com mais vítimas, depois de a tempestade ter provocado sete mortes e obrigado centenas de pessoas a saírem de casa, afetando mais de 15 mil habitantes, especialmente no condado de Galati, no leste do país, após inundações descritas como "históricas" pelas autoridades.

Na Áustria há três vítimas, todas no estado federal da Baixa Áustria, o maior e mais populoso do país: um bombeiro que morreu enquanto atuava em uma área de inundação e dois idosos que tiveram suas casas invadidas pela água.

Na Polônia, morreram outras quatro pessoas, afogadas pelas cheias no sul do país e especialmente na cidade de Nysia.

Na República Tcheca, uma pessoa morreu afogada no rio Krasovka, no noroeste, enquanto outras sete continuam desaparecidas, numa catástrofe que as autoridades vêm comparando com as cheias de 1997, na qual morreram 50 pessoas. Mais de 12 mil pessoas foram retiradas das habitações e centenas de milhares de casas ficaram sem eletricidade.

Inundações

As áreas fronteiriças entre a República Tcheca e a Polônia também foram duramente atingidas no fim de semana.

As fortes chuvas que caíram desde a semana passada e o aumento dos níveis de água derrubaram algumas pontes, forçaram retiradas e danificaram carros e casas.

O governo da Polônia anunciou um estado de desastre natural nas áreas afetadas e disse que reservou 1 bilhão de zlotys (R$ 1,44 bilhões) para ajudar as vítimas.

O primeiro-ministro Donald Tusk disse que estava em contato com os líderes de outros países afetados e que eles pediriam ajuda financeira à União Europeia.

Michal Piszko, prefeito da cidade polonesa de Klodzko, na fronteira com a República Tcheca, afirmou que a água havia baixado, mas que a cidade precisava de ajuda. "Precisamos de água engarrafada e provisões secas", disse. "Metade da cidade não tem eletricidade."

Imagens de televisão mostraram ruas em Klodzko repletas de detritos e lama. Na cidade polonesa de Nysa, um hospital foi esvaziado, e os pacientes, incluindo mulheres grávidas e idosos, foram levados em balsas.

Em Jesenik, uma cidade tcheca no nordeste do país que foi inundada no domingo, uma limpeza foi iniciada depois que as águas baixaram, revelando carros danificados e detritos nas ruas. "Havia dois metros de água que atravessavam a rua… Há muitos, muitos carros destruídos", disse um morador. "Os telefones não estão funcionando, não há água, nem eletricidade."

Os maiores volumes de chuva caíram na República Tcheca. Em Jesenik, foram 473 mm de água desde a manhã de quinta-feira da semana passada – cinco vezes a média mensal de chuvas. Na cidade austríaca de St. Polten, caiu mais chuva em quatro dias do que em todo o outono mais chuvoso já registrado, em 1950.

O chanceler austriaco Karl Nehammer disse que as forças armadas foram mobilizadas para oferecer assistência às regiões atingidas pela tempestade. O Ministério do Clima da Áustria informou que seriam disponibilizados 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhões) em fundos de recuperação.

Nesta segunda-feira, enquanto a água recuava em algumas áreas, outras estavam reforçando defesas para as enchentes que se aproximavam.

No sul da Polônia, o reservatório Topola transbordou e a água estava jorrando em direção à vila de Kozielno. Autoridades locais disseram que moradores de várias cidades e vilas próximas seriam retirados. Em Wroclaw, na região sudoeste da Silésia, o prefeito Jacek Sutryk disse que a cidade de cerca de 600 mil habitantes estava se preparando para o pico dos níveis de água na quarta-feira.

Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán anunciou nesta segunda que vai adiar todas as viagens ao exterior – o que poderá afetar a sua aparição prevista na sessão plenária do Parlamento Europeu, na quarta-feira –, devido às condições meteorológicas extremas e às inundações que poderão ocorrer no seu país.

Os serviços meteorológicos húngaros preveem que os leitos dos rios cheguem a níveis históricos, alimentados tanto pelas chuvas como pela chegada de massas de água de outros países da Europa Central.

jps/ra (Reuters, Lusa, ots)

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