TCU determina que Bolsonaro entregue terceiro conjunto de joias imediatamente

Ex-presidente da República deve devolver itens levados ao acervo pessoal de forma irregular

Da redação

TCU determina que Bolsonaro entregue terceiro conjunto de joias imediatamente
TCU determina que Bolsonaro entregue terceiro conjunto de joias
Foto: Agência Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou nesta quarta-feira (29) que o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) devolva imediatamente o terceiro conjunto de joias recebidos do regime da Arábia Saudita. O político teria guardado as joias ao invés de enviar os itens para o acervo do Estado Brasileiro. 

A terceira caixa, avaliada em R$ 500 mil, deverá ser entregue para a Caixa Econômica Federal em Brasília. O TCU também alertou o ex-presidente sobre omissão de informações relacionadas ao terceiro conjunto de joias. 

“Quanto à existência de um terceiro conjunto de joias, a decisão proferida por este Tribunal por meio do Acórdão 504/2023-Plenário já havia determinado a entrega de todos os itens recebidos como presentes na visita da comitiva presidencial à Arábia Saudita”, pontua o despacho assinado pelo ministro João Augusto Ribeiro Nardes. 

Entenda o caso

A equipe de Jair Bolsonaro teria colocado três conjuntos de joias avaliadas em R$ 17,4 milhões no acervo pessoal da presidência da República. Um desses conjuntos foi apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos e foi o primeiro a aparecer na imprensa. 

O primeiro conjunto chegou na bagagem do tenente Marcos Soeiro, à época assessor do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e não foram declarados ao Fisco. No aeroporto, Soeiro escolheu o corredor de quem não tem nada a declarar. Os funcionários da Receita encontraram as joias após fiscalização.

O segundo conjunto, alegado como de uso pessoal, teria tido destinação irregular para o acervo do ex-presidente. Segundo o Tribunal de Contas da União, apenas presentes de pequeno valor, perecíveis e de caráter personalíssimo - como camisetas e bonés - podem ser incorporados ao acervo privado do presidente da República.  

A entrega foi realizada em uma agência da Caixa Econômica Federal, já que o banco tem experiência na guarda de peças preciosas no setor de penhor. Já o terceiro conjunto, também incluídos no acervo da presidência, deve ser devolvido pelos advogados do ex-presidente da República. 

A Receita Federal investiga como os itens entraram no Brasil sem serem declarados. Em 26 de outubro de 2021, auditores do Fisco apreenderam um conjunto de joias feminino avaliado em R$ 16,5 milhões. 

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