Tarcísio e Derrite pedem que novos oficiais da PM impeçam 'desvios de conduta'

Por Estadão Conteúdo

Ambos discursaram durante uma cerimônia de formatura dos oficiais realizada pela manhã na Academia Militar do Barro Branco. Tarcísio e Derrite estão acossados por uma crise na segurança pública após sucessivos casos de violência policial nas últimas semanas. O governador bancou a permanência do secretário, mas admitiu que o discurso propagado por ele e por Derrite influencia em como a tropa se comporta nas ruas e agora promete corrigir o rumo - não apenas das declarações, mas com a implementação de um pacote de medidas para a segurança pública paulista.

Na formatura, Derrite disse aos novos oficiais que o momento é delicado e que "infelizmente" uma pequena parcela da sociedade e das instituições "se incomoda com o êxito do bem contra o mal" e se esforça para "atrapalhar o combate ao crime".

"Faço questão de deixar uma mensagem clara. Os senhores estão sendo formados para liderar a nossa tropa operacional. Essa liderança deve ser pautada, acima de tudo, pela legalidade", disse o secretário. Os integrantes das forças policiais são os únicos e verdadeiros promotores de direitos humanos e cabe a nós, em posição de liderança, impedir que desvios de conduta venham macular o bom trabalho e a imagem da nossa quase bicentenária Polícia Militar", continuou.

Tarcísio, por sua vez, disse que é preciso que os oficiais transmitam aos policiais que é preciso ter profissionalismo. "Há procedimento para tudo e a gente não pode se afastar dos procedimentos. A responsabilidade é grande porque vocês têm que estar próximos dos subordinados a cada preleção, a cada briefing, a cada missão, a cada análise pós-ação. Explicar, ensinar e mostrar o caminho: o tratamento urbano com a sociedade; o tratamento duro e vigoroso com o crime", discursou o governador.

Foram ao menos sete casos em novembro com repercussão negativa sobre a atuação da PM em São Paulo. Entre eles, policiais atirando um homem de uma ponte, episódio que resultou em uma prisão e 12 agentes afastados; o assassinato de um homem atingido pelas costas após tentativa de roubo em um mercado - um PM também foi preso - e a morte de uma criança de 4 anos na Baixada Santista, que rendeu o afastamento de 7 policiais.

Como mostrou o Estadão, Tarcísio reconheceu que estava errado sobre as câmeras corporais e disse que vai ampliar o programa. Ele ainda estuda quais outras medidas tomará. O chefe do Executivo se reuniu na terça-feira, 11, com Joana Monteiro, especialista em segurança pública da FGV.

As novas ações não foram anunciadas, mas em linhas gerais o governador quer que a pasta se dedique mais na formulação de políticas públicas, preveja ações específicas para melhorar cada indicador e cobra que a Corregedoria Polícia Militar seja mais atuante.

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