O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quinta-feira (23) que o governo vai instalar sirenes em áreas de risco de deslizamentos e desastres no Estado. Ele também admitiu que os sistemas de alerta existentes atualmente não foram eficazes para reduzir danos e vítimas.
Em coletiva de imprensa, em São Sebastião, o governador anunciou medidas após o temporal que deixou ao menos 49 mortos no Litoral Norte de São Paulo, no último fim de semana.
"Vamos instalar o sistema de sirenes, que já existem em outros Estados. E não adianta instalar o sistema de sirenes se não tiver capacitação, se não tiver treinamento. Porque disparou a sirene a pessoa tem que saber para onde ir, qual o ponto de apoio, tem que ter confiança que o suprimento vai chegar no ponto de apoio", disse Tarcísio.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o sistema de sirenes existe há mais de dez anos, desde a tragédia nas cidades da Região Serrana em 2011, quando mais de mil pessoas morreram. Mais cedo, em entrevista à rádio BandNews FM, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), mostrou ser contrário à instalação, dizendo que "não é sirene que salva vida".
Também nesta quinta, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, defendeu o sistema de sirenes e a necessidade de orientação da população. “Esse sistema já existe no Brasil e no mundo. As pessoas tem que ter consciência que, quando a sirene tocar, é preciso deixar essas áreas”, disse.
Alertas por celular
Tarcísio reconheceu que as mensagens da Defesa Civil com alertas de temporal via SMS não funcionaram e disse que o governo vai estudar novos sistemas que utilizem o celular para avisar a população.
"Vamos chamar as empresas de telefonia para tornar os avisos via telefonia móvel mais efetivos. Todo mundo tem celular hoje. Mas o sistema de alarme via celular ainda não está funcionando. Por lei federal, as telefônicas têm obrigação de fornecer o alerta, mas a lei não estabelece como. Foram disparados 2,6 milhões de alertas antes da chuva que tivemos agora, via SMS, e a gente viu que isso, eventualmente, não tem efetividade. Aqui no litoral mais de 30 mil pessoas receberam", disse.
Radares
Também na Defesa Civil, Tarcísio disse que o governo irá substituir radares meteorológicos. "Substituição de radares antigos por radares modernos. Nós temos radares operados pela Unesp que são da década de 1970. OS radares de modo geral são antigos no Brasil e a gente vai tentar substituir por radares de última geração. E procurar trazer mais radares para o litoral", prometeu.
O governador também afirmou que vai planejar uma linha de crédito para o turismo das cidades do litoral para financiar uma agenda cultural de baixa temporada, numa tentativa de reparar prejuízos.
Imprensa
Ele também fez um agradecimento à imprensa diante da tragédia. "Por exemplo, a gente falava para o pessoal aproveitar o tempo bom e sair do Litoral Norte. Vocês iam lá e publicavam isso. Anteontem, 7 mil carros deixaram o litoral. E no dia de ontem mais 7 mil. Então, 14 mil deixaram o litoral em dois dias de operação. Então vocês têm feito um trabalho de utilidade pública muito relevante", afirmou.
Hospitais
Tarcísio aproveitou para enviar uma mensagem a pacientes que deixaram de procurar hospitais por dificuldades de locomoção. "Nós temos cem vagas de hemodiálise no hospital de Caraguatatuba. Então é importante que os doentes renais crônicos possam ir. A gente está tendo 20% de faltosos. Então, é importante que as pessoas compareçam para fazer sua hemodiálise. Havia dificuldade de acesso. Não há mais. A Rio-Santos está desbloqueada. Se houver necessidade, se houver dificuldade de deslocamento, a gente faz a internação", garantiu.