STF marca para 8 de abril o julgamento de mais 11 denunciados por tentativa de golpe de Estado

Denunciados seriam do 'núcleo 3', formado por militares acusados de ter aderido ao plano golpista

Por Estadão Conteúdo

STF marca para 8 de abril o julgamento de mais 11 denunciados por tentativa de golpe de Estado
Sessão plenária do STF
Gustavo Moreno/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta terça, 18, para julgamento pela Primeira Turma da Corte a denúncia do inquérito do golpe contra mais 11 acusados. A votação foi marcada para 8 e 9 de abril.

Coube ao ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, incluir o caso na pauta de julgamentos. Completam a composição da Primeira Turma os ministros Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Os julgamentos estão sendo desmembrados com base nos núcleos de atuação descritos pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia.

A denúncia liberada por Moraes ontem se refere ao "núcleo 3", formado por militares acusados de ter aderido ao plano golpista, à exceção de um agente da Polícia Federal.

Ex-presidente

Na semana passada, Moraes liberou para votação no dia 25 de março a denúncia contra o "núcleo 1", grupo que, segundo a acusação da PGR, inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus principais aliados, como os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa).

Integram ainda esse núcleo o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

Os ministros vão decidir se recebem a denúncia e abrem uma ação penal. O mérito das acusações só será analisado após a fase de instrução do processo, quando testemunhas são ouvidas e novas provas podem ser produzidas.

Trâmite

Moraes despachou as decisões após receber as defesas prévias dos denunciados e o parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Questionamentos sobre regras processuais e sobre a imparcialidade do ministro-relator do inquérito do golpe dominaram as manifestações dos advogados dos acusados.

Os defensores apresentaram ao Supremo uma série de objeções envolvendo a tramitação do caso e também a organização da denúncia. Com base em argumentos técnicos sobre supostos "vícios" formais no andamento da investigação, as defesas dos acusados tentam encerrar o inquérito sem análise do mérito.

Gonet, por sua vez, rebateu os advogados e defendeu a abertura de ação penal. "A Procuradoria-Geral da República, quando do oferecimento da denúncia, apresentou sua convicção sobre o enquadramento típico das condutas investigadas, a materialidade dos crimes imputados e os elementos persuasivos sobre a autoria respectiva. É quanto basta neste instante processual, enquanto se aguarda o recebimento da denúncia e a realização da instrução processual", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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