A juíza federal Gabriela Hardt, substituta do juiz Eduardo Appio na 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela Operação Lava Jato, no Paraná, pediu para ser removida do cargo. Com isso, ela deixaria o posto na operação inicialmente liderada pelo ex-juiz Sergio Moro (União), hoje senador da República.
A informação foi confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em nota enviada à Band. Na prática, caso o pedido seja acatado, a magistrada será transferida para outra vara, o que a fará deixar o cargo na Operação Lava Jato.
Hardt assumiu o posto de Appio por determinação do TRF-4, em meio a uma investigação que apura se o juiz intimidou o filho do desembargador Marcelo Malucelli, sócio de Moro, por meio de uma ligação anônima.
Processo em andamento
De acordo com o TRF-4, o processo de remoção de Hardt está em andamento. O prazo para a desistência vai até a próxima segunda-feira (29). A prática é corriqueira, inclusive com editais para isso, a depender das vagas disponíveis, e outros magistrados concorrem.
Quando os prazos se encerram, o processo é levado a julgamento pelo Conselho de Administração. Após decisão do colegiado, o candidato poderá ou não ser removido do cargo.
Hardt e Lula
Hardt já atuou com Moro na 13ª Vara de Curitiba. No âmbito da Operação Lava Jato, a magistrada deferiu sentenças, inclusive contra o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado por ela a 12 anos e 11 meses no caso do sítio de Atibaia.
Numa interrogação que fez a Lula, em 2018, a seguinte fala de Hardt após desentendimento com o petista repercutiu: “Se o senhor começar nesse tom comigo, a gente vai ter problema. Vamos começar de novo”, disse ela, na ocasião.
Em dezembro daquele ano, prestes a se tornar primeira-dama, Michelle Bolsonaro usou uma camisa com a citação da juíza.