A Polícia Federal (PF), o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) foram alvo de ataques cibernéticos que geraram instabilidade em seus sistemas nos últimos dias.
A ação dos hackers ocorreu após a publicação de decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes contra a operação da rede social X no Brasil. Segundo a Anatel, que é responsável por regular o setor de telecomunicações no Brasil, os ataques eram "esperados".
A agência afirmou que é alvo frequente de ações deste tipo, especialmente em circunstâncias que “envolvem temas sensíveis". A Anatel detectou tentativas de derrubar seu sistema operacional na sexta-feira (30/09), quando o antigo Twitter começava a ser suspenso no país após ordem de Moraes.
“Após a decisão do STF de bloquear o X, a Agência observou um aumento esperado nesses ataques, o que ocasionou instabilidades momentâneas em seus sistemas e redes”, escreveu. "Em resposta, a equipe de TI da Anatel agiu de forma contínua para mitigar os impactos e garantir a segurança das operações."
Já os sistemas do STF foram alvo na última quinta-feira (29/08) de um ataque chamado de DDoS, quando um site é sobrecarregado com milhares de acessos simultâneos e não consegue operar. Um dia antes, Moraes havia dado 24 horas para o X indicar um representante no Brasil, sob pena de suspensão da plataforma.
A Corte afirmou que seus sistemas ficaram inoperantes por 10 minutos, mas que não houve prejuízo operacional. “A equipe técnica do tribunal agiu rapidamente, retirando os serviços do ar e implantando novas camadas de segurança, de modo que todos os acessos foram normalizados”, disse, em nota.
Já a Polícia Federal diz que investiga um ataque cibernético que gerou instabilidade nos sistemas da corporação nesta terça-feira. “O acesso aos serviços já foi restabelecido e não foi detectado comprometimento aos sistemas e acessos a dados da instituição”, afirmou.
Como a DW mostrou, a disputa entre o dono do X, Elon Musk, e o ministro Alexandre de Moraes ganha cada vez mais fôlego. Na terça-feira, a empresa de internet via satélite de Musk, Starlink, recuou e decidiu cumprir a ordem do magistrado de bloquear o acesso à plataforma X no país.
gq (ots)