As pessoas estavam com saudade da vida “normal” de antes da pandemia, mas a volta dos congestionamentos assusta. Ouvintes da Rádio Bandeirantes reclamam de piora no trânsito principalmente dentro dos bairros da capital paulista.
Apesar de em alguns locais o pico de lentidão ser alto, na média ainda estamos abaixo do nível anterior à pandemia. Segundo a CET, em 2019 o recorde de lentidão foi a média de 285 km; neste ano, o máximo foi em 142 km.
No primeiro trimestre de 2022, a média de congestionamento que atingiu a metade do alcançado por São Paulo nos três primeiros meses de 2019.
A tendência é de piorar, na avaliação do consultor em mobilidade e colunista da Rádio Bandeirantes Sérgio Avelleda. Embora uma parte dos percursos na cidade deixe de acontecer por causa das empresas que optaram pelo home office.
“As pesquisas ao redor do mundo mostram uma intenção maior das pessoas de usarem os carros particulares depois da pandemia. A única forma de combater o congestionamento é fazer com que as pessoas se sintam acolhidas no transporte público. De fato, algumas pessoas não voltem todos os dias para o escritório, deve haver uma diminuição de deslocamento. Uma coisa pode compensar a outra. É preciso aguardar um pouco mais”, explica Avelleda.
Para o especialista em trânsito e mobilidade Horácio Figueira, nem os índices de lentidão nos principais corredores da cidade e nem o movimento no transporte público devem voltar ao nível pré-pandemia. Ele destaca, no entanto, que os congestionamentos nos bairros tendem a crescer mais.
“Transporte coletivo acho que jamais voltará aos níveis de demanda que a gente tinha em 2019. Nos bairros o que está acontecendo é que muita gente, até por conta do custo dos combustíveis, tem resolvido as coisas em um raio menor em torno de sua residência, isso gera concentração. Outra coisa é a verticalização, uma concentração de prédios muito grande”, afirma Figueira.
Segundo a CET, as vias com maiores índices de congestionamento seguem sendo as marginais do Tietê e do Pinheiros.