SP: Incêndio em estátua de Borba Gato gera debate sobre homenagens históricas

Monumento que representa bandeirante na capital paulista foi alvo de ataque no fim de semana

Da Redação, com BandNews FM

Monumento que representa bandeirante na capital paulista foi alvo de tentativa de incêndio no fim de semana
Gabriel Schlickmann/iShoot/Folhapress

O protesto em São Paulo que incendiou a estátua de Borba Gato esquentou no Brasil um debate internacional sobre a manutenção a homenagens feitas a personalidades controversas da história.

Junto com outros bandeirantes, como Raposo Tavares e Fernão Dias Paes, Borba Gato faz parte da formação histórica da cidade e do estado de São Paulo, com ruas e logradouros batizados com o nome dele.

Por atuação de bandeirantes é que os limites do Tratado de Tordesilhas foram alargados e a América Portuguesa cresceu. 

Mas há registros de assassinatos, escravidão, genocídio e estupros de indígenas e negros nessas expedições. 

Morto em 1718, Borba Gato foi homenageado com a construção da polêmica estátua de 10 metros de altura e 20 toneladas somente em 1963.

Para o sociólogo e professor Ricardo Costa Oliveira, o valor histórico de monumentos como esse pode ser preservado, mas não em condição de homenagem.

O cientista político Fernando Schüler, colunista da BandNews FM, acredita que o país, o estado e a cidade de São Paulo têm arenas constituídas para essa discussão.

Segundo o professor, independentemente da motivação do protesto que incendiou a estátua de Borba Gato, o debate sobre manter o monumento deve ser feito por meio dos mecanismos democráticos.

Um grupo denominado Revolução Periférica assumiu a autoria do ato e publicou nas redes sociais imagens do ataque.

A jornalista Aline Felix, que passava pela região da estátua no sábado (24), conta que viu um caminhão parar ao lado do monumento, quando o grupo de 10 a 15 pessoas descarregava pneus para iniciar o incêndio.

O caminhão, que estaria com a placa adulterada, já havia saído quando a polícia chegou. Nesse momento, o grupo passou a ser perseguido por policiais militares em motocicletas, mas conseguiu fugir.

Nesse domingo (25), a Polícia Civil identificou o caminhão, mesmo com a placa coberta, e prendeu um suspeito de participação no ato.

Após a prisão, a Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória ao suspeito detido.

A juíza Eva Lobo Jorge revogou a prisão em flagrante por considerar que os atos "não foram praticados com violência ou grave ameaça". O homem, no entanto, não pode deixar a cidade ou mudar de endereço.

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