O passageiro que chegou ao Brasil vindo da Índia está infectado pela cepa indiana do coronavírus. Segundo a colunista da BandNews FM Mônica Bergamo, o Instituto Adolfo Lutz, da Secretaria da Saúde de São Paulo, identificou o caso como sendo da variante B.1.617.2, considerada mais transmissível.
O homem havia feito exames 72 horas antes de embarcar, com diagnóstico negativo, e chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta (22). O passageiro se sentiu mal ao desembarcar e fez um exame, mas não esperou pelo resultado no local e rumou para o Rio, de onde foi para sua cidade de carro. Ele tem 32 anos e mora em Campos dos Goytacazes, onde recebeu a notícia de ter testado positivo para o vírus.
Até então, ainda não havia registros da nova linhagem no estado de São Paulo, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Em entrevista à BandNews FM, o prefeito de Guarulhos, Gustavo Henric Costa, disse que a situação é preocupante e que a variante indiana, com certeza, irá circular pela cidade, pois o passageiro esteve por cerca de 2 horas no terminal do aeroporto. O passageiro está em isolamento em um hotel do Rio de Janeiro.
Companhia do voo, a Latam disse em nota que foi notificada e já está seguindo todos os protocolos estabelecidos pela Anvisa e fornecendo todas as informações solicitadas pelas autoridades competentes, inclusive a lista com tripulantes e passageiros presentes.
Nos últimos 4 dias, 10 brasileiros vindos da Índia desembarcaram no aeroporto internacional de Guarulhos. Como os voos diretos do país asiático estão proibidos há pouco mais de duas semanas, eles vieram pelo Catar.
A reportagem da Rádio Bandeirantes teve acesso a um relatório da Anvisa que mostra que no mesmo avião estavam outros sete brasileiros. Cinco acompanharam o homem em um outro voo para o Rio de Janeiro, um embarcou para a Bahia e o último, ao Espírito Santo.
Além desses, 2 brasileiros desembarcaram em Guarulhos, no domingo, também vindos da Índia com escala no Catar. Um foi para o Rio de Janeiro e o outro pegou um avião com destino ao Rio Grande do Sul. Todos os dez foram identificados pela Anvisa e as informações foram repassadas às secretarias estaduais de saúde.
Há casos suspeitos dessa nova cepa em Minas Gerais, Pará e Amazonas. No Brasil, o primeiro caso confirmado da variante indiana foi confirmado no Maranhão, em um homem que estava entre os 23 tripulantes de um ancorado na costa do estado. Ele está internado na UTI de um hospital em São Luiz.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que a variante indiana do coronavírus já foi detectada em pelo menos 53 países e territórios.
Veja a nota do Instituto Adolfo Lutz na íntegra:
O Instituto Adolfo Lutz da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo identificou um caso com a variante B.1.617.2 da Índia. Trata-se de um morador de 32 anos de Campos dos Goytacazes do Rio de Janeiro, que desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 22 de maio. Não há registros de um caso autóctone desta linhagem no estado de São Paulo.
O passageiro foi identificado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pelo monitoramento no aeroporto. O órgão federal informou a pasta estadual sobre o caso positivo quando o passageiro já havia embarcado em voo doméstico para o Rio de Janeiro. A amostra positiva foi enviada ao Lutz e o sequenciamento finalizado nesta quarta-feira (26).
Imediatamente após ser comunicada pela Anvisa, a Secretaria de Estado de Saúde iniciou, juntamente com o município, as medidas de vigilância epidemiológicas necessárias. Foi solicitada a lista completa dos passageiros do voo, além dos nomes de todos os funcionários do aeroporto, laboratório e dos contatos do passageiro para isolamento e monitoramento. As equipes de vigilância do Rio de Janeiro também foram imediatamente notificadas para o acompanhamento do caso.
Desde o último dia 14 de maio, as equipes de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde notificam os municípios de residência de todos os passageiros vindos da Índia que desembarcam no Brasil. A medida é uma parceria com a Anvisa, que envia para a Saúde a lista completa dos passageiros do voo.