Moises Rabinovici

Soldados israelenses jogam três palestinos de um prédio em Qabatiya, na Cisjordânia

Vídeo foi classificado como “profundamente perturbador” pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca

Por Moises Rabinovici

Soldados israelenses jogam três palestinos de um prédio em Qabatiya, na Cisjordânia
REUTERS/Amir Cohen

Um vídeo que mostra três soldados israelenses jogando três corpos de palestinos do alto de um prédio, em Qabatiya, na Cisjordânia, foi descrito como “profundamente perturbador” pelo porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

Os três corpos aparentam estar sem vida. Mas, mesmo assim, “atirar cadáveres fora é um tratamento cruel e desumano”, reagiu o diretor interino da Human Rights Watch, Bill Van Esveld. Se vivos, ele acrescentou, “seria uma execução extrajudicial”.

O embaixador palestino no Reino Unido, Husam Zomlot, escreveu nas redes sociais que os três palestinos estavam vivos: “Soldados da ocupação israelense atiraram homens feridos de um telhado em Qabatiya, nos arredores de Jenin, na Cisjordânia ocupada, hoje cedo (quinta-feira) ”.

A agência palestina Wafa diz que sete palestinos foram mortos durante um combate que durou dez horas em Qabatiya, ao sul de Jenin. Entre eles, acrescentou, estavam os três jogados do alto de um prédio – o primeiro deles, agarrado pelas pernas pelos soldados, ficou pendurado por alguns instantes, até que um de seus pés foi desprendido de uma saliência; o segundo, seguro pelos braços e pernas, caiu depois de levado até a borda do telhado, e solto; e o terceiro foi chutado, arrastado e empurrado até cair.

“Este é um incidente grave que não coincide com os valores das I.D.F (Forças de Defesa de Israel) e com as expectativas dos soldados das I.D.F.”, disseram militares israelenses ao New York Times, prometendo uma investigação. O porta-voz John Kirby, na Casa Branca, comentou: “Se autêntico (o vídeo), claramente representaria um comportamento abominável e flagrante de soldados profissionais”.

Uma grande operação militar de Israel na Cisjordânia foi iniciada em agosto. Caracterizada como “contraterrorismo”, a mais dura e mortal em duas décadas, incluiu até mesmo bombardeios aéreos, o que resultou na morte de 60 pessoas, entre elas sete crianças, segundo o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina e uma organização de direitos humanos.

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