Rabino: Soldado que fugiu do Brasil já está em Israel

O soldado Vagdani estava na praia do Morro de São Paulo, na Bahia, numa “viagem dos sonhos”, preparada durante quatro anos

Por Moises Rabinovici

Rabino: Soldado que fugiu do Brasil já está em Israel
Soldado Yuval Vagdani em Israel
Reprodução/Redes Sociais

O soldado israelense que fugiu do Brasil antes que fosse preso, acusado de crimes de guerra em Gaza, chegou na manhã desta quarta-feira a Israel. “Acordei de manhã (no domingo), abri o telefone e, de repente, vi oito ligações – do Ministério das Relações Exteriores, dos meus irmãos, da minha mãe, dos cônsules”, contou Yuval Vagdani, 21, à rádio pública.

O soldado Vagdani estava na praia do Morro de São Paulo, na Bahia, numa “viagem dos sonhos”, preparada durante quatro anos. Enquanto servia em Gaza, ele postou uma selfie. 

A Fundação Hind Rajab (nome de uma criança de seis anos morta na guerra) copiou a postagem de Vagdani, como as de muitos outros soldados, e o denunciou por arrasar um quarteirão inteiro, pedindo que o Brasil o investigasse.

“Senti como uma bala no coração”, disse Vagdani. Ele foi contrabandeado para a Argentina, de onde embarcou para Israel com uma conexão em Miami. À rádio israelense ele ainda contou que “aprendeu com seus erros”, as postagens em mídias sociais, e que “não vai voltar ao Brasil novamente”. 

O Itamaraty informou que o chanceler Gideon Saar enviou instruções ao consulado e à embaixada de Israel para acompanhar o soldado até sua saída para a Argentina.

A Fundação Hind Rajab, com sede em Bruxelas, pró-palestina, disse que o soldado Vagdani explodiu um prédio que estava sendo usado como abrigo para palestinos deslocados. Como prova, informou ter um dossiê com 500 páginas. No sábado, ela postou na plataforma X um aviso de que o soldado iria escapar, se não fosse preso até o amanhecer.

Vagdani disse que postou apenas uma foto com uniforme em Gaza. Ele estava no festival de música Nova atacado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023, e sobreviveu depois de correr vários quilômetros. 

Outros 360 jovens que passaram a noite dançando e cantando foram mortos e 250 levados para Gaza como reféns. A rádio Kan noticiou que nenhuma das acusações da Fundação Hind Rajab. Uma investigação do exército concluiu que a criança que dá nome à fundação morreu numa área em que não havia tropas israelenses, nem combates.

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