Equipes de resgate mantêm buscas por vítimas nesta sexta-feira (24) após o temporal que devastou o Litoral Norte de São Paulo no último fim de semana. Até o momento, a Defesa Civil registrou 57 mortes, sendo 56 em São Sebastião e uma em Ubatuba.
De acordo com o governo estadual, 47 corpos já foram identificados e liberados para o sepultamento, sendo 16 homens adultos, 16 mulheres adultas e 15 crianças. As demais vítimas ainda aguardam perícia e identificação.
Mesmo após seis dias da tragédia, ainda há dezenas de desaparecidos, com cerca de 30 pessoas listadas pelo governo estadual. Mais de 4 mil pessoas também estão desalojadas ou desabrigadas.
Bombeiros, agentes da Defesa Civil e voluntários trabalham nas buscas, que ocorrem também durante toda a madrugada e têm redução de ritmo durante a noite. Pela manhã, a equipe é reforçada.
Os trabalhos de buscas se concentram especialmente em bairros da costa sul de São Sebastião, como a Vila Sahy, onde a maioria das vítimas foi encontrada, e Juquehy.
Alertas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse na quinta-feira (23) que o governo vai instalar sirenes em áreas de risco de deslizamentos e desastres no Estado. Ele também admitiu que os sistemas de alerta existentes atualmente não foram eficazes para reduzir danos e vítimas.
"Vamos instalar o sistema de sirenes, que já existem em outros Estados. E não adianta instalar o sistema de sirenes se não tiver capacitação, se não tiver treinamento. Porque disparou a sirene a pessoa tem que saber para onde ir, qual o ponto de apoio, tem que ter confiança que o suprimento vai chegar no ponto de apoio", disse Tarcísio.
No Rio de Janeiro, por exemplo, o sistema de sirenes existe há mais de dez anos, desde a tragédia nas cidades da Região Serrana em 2011, quando mais de mil pessoas morreram. Mais cedo, em entrevista à rádio BandNews FM, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), mostrou ser contrário à instalação, dizendo que "não é sirene que salva vida".
Também nesta quinta, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, defendeu o sistema de sirenes e a necessidade de orientação da população. “Esse sistema já existe no Brasil e no mundo. As pessoas tem que ter consciência que, quando a sirene tocar, é preciso deixar essas áreas”, disse.