Após uma decisão judicial que suspendeu o resultado das eleições no Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), a Chapa 4 da organização confirmou uma paralisação nos ônibus na capital paulista na próxima sexta-feira (1°).
O grupo contesta a liminar suspendendo as eleições realizadas nos dias 21 e 22 de novembro. De acordo com a decisão, ordem suspende a posse marcada para o dia 1° de dezembro e, em caso de descumprimento, aplica multa de R$ 50 mil a cada integrante da comissão eleitoral e ao sócio que encabeça a chapa 4.
A determinação é da relatora, juíza convocada Valéria Nicolau Sanchez, em mandado de segurança.A decisão de Valéria Nicolau confirma a liminar concedida pelo vice-presidente judicial da 2ª Região, Marcelo Freire Gonçalves.
Na oportunidade, o magistrado acatou pedido da chapa 2 contra decisão de primeiro grau e suspendeu o pleito, determinou convocação de nova eleição por edital até o dia 28 de dezembro.
Com o racha no sindicato, a ala que defende a paralisação tenta mobilizar garagens para uma adesão, mesmo que parcial, ao movimento, o que já sobrecarregaria os sistemas de trem (CPTM) e Metrô da região metropolitana - que passaram por paralisação de seus serviços na última terça (28), em protesto dos respectivos sindicatos contra o sucateamento dos serviços e a política de privatizações do governo de São Paulo.
Sindmotoristas diz que não convocou greve
Após o anúncio, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindimotoristas) divulgou nota afirmando que não convocou greve para esta sexta. Segundo a organização, o ato é encabeçado pela comissão eleitoral da Chapa 4, que contesta resultado das eleições no sindicato.
“Qualquer paralisação no sistema de transporte urbano de São Paulo não terá a participação do Sindmotoristas e será considerada exploração politica de uma chapa de oposição que busca afrontar o Poder Judiciário e obter vantagens indevidas explorando a boa fé da categoria profissional. O Sindmotoristas tomará todas as medidas judiciais e extra judiciais cabíveis para assegurar que os direitos dos trabalhadores , a ordem e a legalidade, inclusive requerendo a imediata aplicação de multa diária de R$50 mil, determinada pelo TRT da 2ª Região a cada integrante da comissão eleitoral e ao encabeçador da Chapa 4, e, na insistência de interferirem no sistema de transporte coletivo urbano de São Paulo para obtenção de fins escusos, será pedida a prisão dos responsáveis por esta paralisação ilegal e indevida, uma vez em que a população não pode ser penalizada. Salientando, inclusive, que as pessoas que estão convocando esta paralisação não possuem quaisquer poderes legais para tal ato”, disse a nota.
Prefeitura entra com medida cautelar para impedir paralisação
A prefeitura de São Paulo tentou se antecipar ao movimento da ala do sindicato e ingressou na Justiça com uma medida cautelar nesta quinta (30). Na ação, é pedida multa de R$ 1 milhão por dia em caso de paralisação do serviço.