A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que vai apurar a simulação de violência do advogado de defesa de Luís Felipe Manvailer, Cláudio Dalledone Júnior, contra a advogada assistente do caso, Maria Eduarda Lacerda, durante o julgamento do caso Tatiane Spitzner em Guarapuava (PR), na última segunda-feira (10). As informações são da BandNews TV.
"O processo e as estruturas do Sistema de Justiça, incluindo a atuação da advocacia, não podem ser usados, sob nenhum pretexto, para propagar a violência que deveriam enfrentar e combater, sendo inaceitável a utilização do corpo feminino para a reprodução de atos de violência", disse a nota divulgada nesta terça (11).
O defensor simulava a agressão que teria sido cometida pelo biólogo contra a mulher, Tatiane Spitzner. Ao fazer a demonstração, Dalledone segurou e balançou o pescoço da advogada. Ela se debate até perder o equilíbrio e tropeçar. A mulher se apoia em uma bancada para não cair (veja no vídeo acima).
A cena teve grande repercussão nas redes sociais e foi bastante criticada.
Ainda no tribunal, o advogado tentou justificar a simulação.
“Ela participou de uma dinâmica simulada reproduzida em plenário para que o cidadão jurado tivesse consciência de que seria impossível uma esganadura sem deixar marca”, explicou.
A advogada-assistente corroborou que a simulação foi combinada.
“Essa simulação é fundamental em grandes casos e realmente eu não me senti subjugada em momento algum, foi tudo treinado, já tínhamos combinado, não fui pega de surpresa. E não acredito que isso tenha denegrindo minha imagem como mulher. Pelo contrário, isso está realçando minha imagem como advogada”, disse Maria Eduarda.
Em júri popular, Luis Felipe Manvailer, marido da vítima, foi condenado a 31 anos, 9 meses e 18 dias de prisão, além de indenização de R$ 100 mil pela morte de Tatiane Spitzner. O júri reconheceu as qualificadoras de feminicídio, meio cruel e motivo fútil. Ele também foi condenado por fraude processual.