Para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), a CPI da Pandemia já chegou ao máximo que poderia e está “exaurida”. Entrevistada nesta terça-feira (12) por José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, a parlamentar disse esperar que as conclusões da CPI resultem em condenações na Justiça.
“O tempo da CPI praticamente já se findou. Infelizmente, [as ações do] governo federal acaba precisando que a gente sempre protele por mais uma semana, devido à gravidade dos fatos”, analisou a senadora, que foi convidada pela cúpula da comissão para uma reunião ainda neste terça que deve decidir por outra extensão dos trabalhos. Contudo, Tebet garante que “do mês de outubro não passa”.
Mesmo não sendo titular da comissão, a senadora teve papel de destaque nos depoimentos e é crítica às ações de Bolsonaro e do governo na condução da pandemia. "Entrei preocupada e saio da CPI extremamente indignada".
A CPI vai terminar este mês, mas terá uma agenda depois da votação do relatório final, prevista para o dia 20 de outubro. Uma vez aprovado, o texto será entregue ao Ministério Público, à Procuradoria-Geral da República e ao presidente da Câmara, Arthur Lira.
“A CPI talvez tenha sido muito maior que todas as CPIs brasileiras juntas, ninguém acreditava nela. Ela fez o seu dever de casa, mas agora é hora de entregar o bastão para o Ministério Público para que se dê continuidade, sob pena de a própria CPI atrasar o que vem pela frente, o que precisa vir pela frente, que é o processo de investigação junto ao Ministério Público, o julgamento e condenação de todos aqueles que, por ação ou omissão criminosa levaram à morte inúmeros brasileiros, inúmeras vidas que poderiam ser poupadas”, disse.
O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), pretende apresentar o relatório da comissão. onde devem estar listados ao menos 11 crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre eles, crimes de responsabilidade, contra a saúde pública e contra a humanidade.
Senadora quer estar no processo da terceira via para 2022
Cotada como presidenciável para as eleições de 2022, Tebet reiterou que deseja participar da chamada “terceira via” de alguma forma. Ela defende uma articulação para que se chegue a um consenso de, ao menos, dois nomes para tirar Bolsonaro da disputa do segundo turno e se disse disposta encabeçar esse projeto, seja como pré-candidata ou não.
“Meu intuito como senadora, não falo pelo MDB, falo por mim, é estar no processo da terceira via seja de que forma for: pré-candidata, não pré-candidata, candidata à reeleição no Senado. Simplesmente carregando uma bandeira. Mas meu objetivo específico é tirar o presidente Bolsonaro do segundo turno. E acho se assim o fizermos, qualquer nome que tenha credibilidade no País, que tenha história, tem condições de ganhar a eleição em 2022”, afirmou.
Tebet disse que os movimentos do MDB querem uma candidatura própria e que a decisão do partido sobre a posição no pleito pode sair nos próximos 20 dias.
A parlamentar acredita que há uma grande parcela que anseia por uma alternativa a Bolsonaro e ao ex-presidente Lula, e que é preciso um "grande altruísmo" para que esse alternativa se viabilize.