O apresentador e empresário Silvio Santos morreu aos 93 anos neste sábado (17) em São Paulo. A informação foi confirmada pelo SBT nas redes sociais. Ele deixa a esposa, Íris Abravanel, as seis filhas Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata e um legado na história da televisão brasileira.
Silvio Santos estava afastado há pelo menos dois anos dos estúdios do SBT, emissora fundada por ele em 1981. O programa dominical que leva seu nome foi assumido pela filha, Patrícia Abravanel, que deve levar para frente o legado do pai nos domingos. A empresa também não tinha o comando de Silvio há anos e, agora, a filha Daniela Beyruti leva os interesses da família na emissora, que também tem o programa “Roda a Roda” apresentado por outra filha, Rebeca Abravanel.
A última vez que Silvio Santos foi internado foi em julho deste ano, quando passou por um período no hospital em decorrência de uma infecção por H1N1. Em 2020, o apresentador ficou interado com Covid-19 e, após a hospitalização, se afastou da apresentação do “Programa Silvio Santos”. Relembre abaixo a carreira de Silvio Santos e o legado deixado pelo apresentador no mundo empresarial e na televisão brasileira.
De camelô a rei da TV
Ao lado de nomes como Chacrinha e Faustão, Silvio Santos é considerado um dos maiores nomes do entretenimento de auditório da televisão brasileira. A história do apresentador se confunde com a da própria TV. Nascido em 12 de dezembro de 1930 no Rio de Janeiro, Senor Abravanel — seu nome de batismo — foi camelô e chamou atenção nas ruas pela voz potente. Assim ele foi convidado para fazer um teste na Rádio Guanabara e ficou em primeiro lugar, mas optou por continuar como vendedor ambulante, pois ganhava mais financeiramente.
Um dos momentos mais significativos do início da carreira remete ao período em que Silvio foi locutor de uma rádio em Niterói, onde trabalhava para ter uma renda extra. Habituado ao trajeto com a barca e sempre muito criativo, ele teve a ideia de criar um serviço de alto-falante para as viagens.
Entre os intervalos das músicas, veiculava propagandas de produtos em uma iniciativa que logo se tornou um sucesso comercial. Ali era demonstrado o talento como empreendedor do empresário que, anos mais tarde, criou o próprio conglomerado comercial.
A estreia na TV aconteceu no início da década de 60 com o programa “Vamos Brincar de Forca”, na TV Paulista. A atração era o embrião do Programa Silvio Santos, que reunia vários formatos e quadros. Com os anos, Silvio se tornou o rei dos domingos, quando assumiu um programa na data na Globo. Ele alugava horário na emissora para ter o tradicional programa de auditório.
Em 1976, a relação entre Silvio Santos e a Globo terminou, após pressões e falta de espaço na emissora. Ele levou a atração para a TV Tupi e, em 1981, Silvio criou a própria emissora: a TVS, que anos mais tarde se tornou o Sistema Brasileiro de Televisão, o SBT.
Homem do Baú
Além da televisão, Silvio Santos foi conhecido pela trajetória empreendedora. O apresentador recebeu do amigo Manoel de Nóbrega, o Baú da Felicidade, que oferecia produtos como eletrodomésticos, itens para o lar e até carros.
O Baú funcionava a partir de carnês, que eram pagos mensalmente e davam direito a concorrer a sorteios de prêmios, além de participar de sorteios para participar do “Todos Contra Um”, “Roda a Roda”, “Festival da Casa Própria”, “Pra Ganhar é Só Rodar” e “Tentação”, todos no SBT. Após o fim do pagamento, o cliente poderia trocar o valor por mercadorias.
O Carnê do Baú foi extinto nos anos 2000, mas em 2015, Silvio relançou a marca Baú da Felicidade, com as mesmas mensalidades e quase o mesmo sistema de premiação. Estima-se que Silvio detenha um patrimônio de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, segundo ranking divulgado pela revista Forbes.
Além do Baú da Felicidade, Silvio Santos também tem outras empresas do ‘Grupo Silvio Santos’. São elas: SS Holding, SiSAN, Liderança Capitalização S/A, Hotel Jequitimar, SBT e Jequiti.