Os documentos da Polícia Federal revelados nesta quinta-feira (11) mostraram que alguns dos supostos envolvidos tinham conhecimento da "minuta do golpe" que circulou no governo Jair Bolsonaro.
Conversas do policial federal Marcelo Araujo Bormevet e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues mostram que os servidores tinham conhecimento do documento. Veja a descrição da PF:
“Nessa linha, o policial federal BORMEVET, atuando na PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, questionou seu subordinado militar GIANCARLO, que estava em exercício na ABIN, no dia 21/12/2022 sobre a possibilidade de o então PRESIDENTE DA REPÚBLICA JAIR BOLSONARO assinar, em suas próprias palavras, "a porra do decreto".
401. BORMEVET: "O Nosso PR imbrochável já assinou a porra do decreto?"
402. GIANCARLO: "Assinou nada. Tá foda essa espera, se é que vai ter alguma coisa."
403. BORMEVET: "Tem dia que eu acredito que terá, tem dia que não".
Para a Polícia Federal, o diálogo indica que as ações da Abin paralela têm conexão com outros inquéritos no STF que investigavam o governo Bolsonaro.
A minuta do golpe foi apreendida na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. A minuta, segundo Anderson Golmes, daria respaldo jurídico para reverter o resultado da eleição presidencial daquele ano, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No depoimento, ele cita que a minuta foi apresentada em uma reunião com Bolsonaro e chefes das Forças Armadas em dezembro de 2022.