Sergio Moro comenta plano de atentado do PCC contra ele: 'Ousadia assustadora'

Senador da República agradeceu ao apoio de autoridades e citou que é preciso retaliar ações do PCC

Da redação

O senador Sergio Moro (União Brasil) chega ao Senado
Adriano Machado/Reuters

Sérgio Moro comentou no plenário do Senado os planos de atentado contra ele desarticulados pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22). O senador da República pelo União Brasil agradeceu o apoio de autoridades e citou a necessidade de combater o crime organizado no Brasil. 

No discurso, o senador citou que o plano era de “uma ousadia assustadora”. “Desconheço na história da República um plano dessa natureza contra promotor do caso, que investiga o PCC, mas mais especificamente contra um senador da República. Ou enfrentamos, ou quem vai pagar serão não só as autoridades, mas igualmente a sociedade”, afirmou. 

Segundo o senador, é preciso combater o crime organizado com “políticas rigorosas, com base na lei”. "Não podemos nos render. Tive o apoio da minha esposa, deputada federal Rosângela Moro, que também foi ameaçada, simplesmente porque cumprimos nosso dever no país, como juiz, depois como ministro e ela sempre apoiando minhas iniciativas. Não podemos retroceder”, comentou. 

Sérgio Moro também fez uma analogia com armas para dizer que é preciso atacar o PCC e outras organizações do tipo. “Se eles vem para cima da gente com uma faca, a gente tem que ter um revólver. Se eles tem um revólver, devemos ter uma metralhadora, se tem uma metralhadora, devemos ter um tanque. Precisamos retaliar o PCC, mas no sentido da lei”, pontuou. 

Segundo Sérgio Moro, o plano para atacar ele e a família foi feito como uma retaliação ao trabalho dele como juiz e ministro da Justiça e Segurança Pública na gestão de Jair Bolsonaro. “Isolamos lideranças do PCC, mudamos o regime para que não tivéssemos comunicação com o mundo externo e fizemos isso para proteger a sociedade”, afirmou.

O senador também agradeceu aos esforços da Polícia Federal, que desarticulou o plano, ao Ministério Público de São Paulo, ao Senado e à Câmara, que providenciaram a polícia legislativa para a segurança dele e da esposa e ao apoio dos governos do Paraná e de São Paulo. 

Entenda o caso

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (22) a operação Sequaz, para desarticular uma organização criminosa que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, como o senador Sergio Moro (União Brasil) e um promotor de Justiça. Pelo menos seis pessoas foram presas.

A informação sobre Moro foi confirmada pela rádio BandNews FM com fontes ligadas ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em seguida, foi confirmada pelo próprio político em publicação nas redes sociais. Moro informou que fará um posicionamento sobre o caso nesta tarde na tribuna do Senado. 

“Sobre os planos de retaliação do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a Polícia Federal, Polícia Militar do Paraná, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, Polícia Militar de São Paulo, Ministério Público de SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, pontuou o senador.

Segundo a PF, foi investigado e identificado um plano de homicídios e extorsão mediante sequestro em pelo menos quatro estados (Rondônia, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo) e no Distrito Federal.

Cerca de 120 policiais federais cumprem 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária. De acordo com as investigações, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea, e os principais investigados se encontravam nos estados de São Paulo e Paraná.

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