O Senado Federal inaugurou, nesta terça-feira, 15, um memorial para homenagear as quase 640 mil vítimas fatais da covid-19 no Brasil. A ideia partiu de deputados que integravam a CPI da pandemia, que investigou supostas omissões do governo federal no combate à doença.
A obra é assinada pelos arquitetos Vanessa Novais Bhering e André Luiz de Souza Castro. O local eleito para o monumento é um ambiente nobre do Senado, ladeado por jardins de inverno que permitem a entrada de iluminação natural. O relator do projeto é o senador Omar Aziz, que também presidiu a CPI.
Em discurso na cerimônia de inauguração, o senador Renan Calheiros (MDB), relator da comissão que investigou o governo federal, fez acusações contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar disse que o chefe de Estado fez “negações macabras” contra o potencial de mortalidade da covid-19, tal como recomendou remédios ineficazes, como a cloroquina.
“O Brasil tem um dos piores desempenhos mundiais no combate à covid-19 graças ao comportamento, reiteradamente, obscurantista do chef da nação que escarneceu de vidas, minimizou o poder devastador da pandemia, mentiu repetidamente até sete vezes ao dia, boicotou a ciência, renegou as vacinas e, ensandecido, saiu por aí prescrevendo, ilegalmente, remédios sem eficácia”, disse Renan Calheiros.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não fez críticas diretas ao discursar, mas pontuou que a casa não foi negacionista em relação ao combate à pandemia. Para ele, os colegas senadores foram pró-ciência e favoráveis a medidas de prevenção, como o uso de máscara e distanciamento social.
“Nós, do Senado Federal, acreditamos o tempo inteiro no uso de máscara, no distanciamento entre as pessoas como algo inibidor da contaminação, na higienização das mãos e uso de álcool gel, na vacinação em massa dos brasileiros, na medicina, no Sistema Único de Saúde, na ciência. Por isso, temos o sentimento de dever cumprido”, salientou Pacheco.