A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (8), por unanimidade, a indicação do economista Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central.
Na sabatina, o atual diretor de Política Monetária do Banco Central recebeu 26 votos favoráveis e nenhum contrário. A indicação segue agora o Plenário, em regime de urgência e deve ser apreciada ainda nesta terça-feira.
Gabriel Galípolo foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no fim de agosto para presidir o Banco Central. Em caso de aprovação no plenário, o economista comandará a instituição a partir de janeiro de 2025 e deve substituir Roberto Campos Neto, cujo mandato no BC vai até o dia 31 de dezembro.
Segundo o artigo 52 da Constituição, toda indicação para a diretoria do Banco Central passa pelo Senado, com sabatina e votação na Comissão de Assuntos Econômicos e, em seguida, votação no Plenário. As duas votações são secretas e o nome deve ser aprovado pela maioria dos parlamentares.
Atualmente, Gabriel Galípolo é diretor de Política Monetária do Banco Central. Ele foi sabatinado na CAE e sua indicação confirmada no Plenário do Senado no início do mês de julho do ano passado.
Veja como foi a sabatina
Senadores questionaram autonomia do novo indicado para a presidência do BC, em reação às pressões do presidente Lula para baixar a taxa básica de juros, a Selic, a autonomia da instituição, o controle da inflação e o microcrédito.
Gabriel Galípolo apontou como desafios de uma eventual gestão à frente do Banco Central a consolidação de uma agenda capaz de gerar uma economia pautada na igualdade, transparência, produtividade e sustentabilidade.
Ele ainda reforçou o compromisso de perseguir a meta de inflação, ao afastar qualquer ingerência do Executivo na definição da taxa de juros.
“Nós vamos estar sempre sujeitos há momentos mais desafiadores, mas a atuação do Banco Central tem sido inequívoca na persecução da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional”, disse Galípolo.
Preocupada com a dificuldade de acesso ao crédito rural, a senadora Tereza Cristina (Progressistas-MS) quis saber das condições mais vantajosas de financiamento para o setor, num cenário de elevação da taxa de juros.
“Nós somos uma indústria a céu aberto e todos os anos, na hora do Plano Safra, nós precisamos discutir e insistir na necessidade que nós temos de adequar as taxas de juros, e aí o Tesouro tem que entrar fazendo essa equalização”, declarou.
Ao destacar a importância do agronegócio para as contas externas do país e o aumento de produtividade e competitividade do setor, Gabriel Galípolo afirmou que o governo federal e o Conselho Monetário Nacional discutem a modernização do financiamento e do seguro rural.
Quem é Gabriel Galípolo
Gabriel Muricca Galípolo é natural de São Paulo, tem 42 anos e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda no início da gestão de Fernando Haddad.
Tem graduação e mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), já atuou como professor universitário (2006 a 2012) e foi presidente do Banco Fator (2017 a 2021).
O economista começou a carreira pública em 2007, quando José Serra (PSDB) tomou posse como governador de São Paulo. Naquele ano, Galípolo chefiou a Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos. No ano seguinte, foi diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do estado de São Paulo.
Com informações da Agência Senado