Sem o auxílio emergencial, 17 milhões de brasileiros voltam à pobreza

Fim do auxílio emergencial: 17 milhões de brasileiros voltam à pobreza

Da Redação, com Jornal da Band

O fim do auxílio emergencial fez milhões de brasileiros voltarem para a pobreza. Isso significa viver com menos da metade de um salário mínimo para alimentação, pagar contas e moradia. Uma missão quase impossível. As informações são do Jornal da Band.

Silene Oliveira trabalha como camelo no centro de Salvador. Durante a pandemia, o auxílio emergencial deu um respiro no orçamento. Mas a última parcela foi em dezembro. Em 2021, a renda encolheu e os clientes sumiram.

“Quando não tiver o arroz, come a farinha e assim, vai vivendo a viva”, relatou a trabalhadora, com a voz embargada.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que o auxílio emergencial fez a taxa de pobreza cair pela metade. Com o fim do benefício, há mais pessoas nesta condição do que antes da pandemia: 12,8 % da população, contra 10,7% antes da pandemia. São 17 milhões de brasileiros vivendo com menos de meio salário mínimo.

“Porque a pandemia ainda deixa sequelas no mercado de trabalho, principalmente nos segmentos informais que são mais suscetíveis às necessidades de isolamento social”, explicou Marcelo Neri, diretor da FGV Social.

Para Andrea Melo, o básico virou artigo de luxo desde que a trabalhadora informal viu a renda cair ainda mais. Ela vende acarajé nas praias de Salvador, que continuam fechadas nos domingos e feriados, dias de maior movimento. O alívio é porque ainda recebe um benefício criado pela prefeitura para amenizar os impactos econômicos na pandemia.

“Não vai suprimir as minhas dívidas, as minhas necessidades, que é o essencial. Mas sem ele também, ficaria mais difícil”, disse a baiana do acarajé.

Salvador é uma das poucas capitais que criaram um auxílio emergencial municipal. O benefício ainda está sendo pago. As parcelas de R$ 270 são para trabalhadores informais e autônomos. Mais de 35 mil pessoas já foram beneficiadas.

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