O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenou o bombardeio a um hospital infantil em Kiev, na Ucrânia, nesta segunda-feira (8). O comunicado não cita a Rússia (leia a íntegra abaixo).
A Rússia lançou uma série de ataques de mísseis em várias regiões da Ucrânia, matando pelo menos 41 pessoas e dezenas de feridos, segundo autoridades locais. O Kremlin negou a autoria do bombardeio e declarou ter atacado apenas bases militares.
Em nota, o Itamaraty reiterou “sua condenação a ataques em áreas densamente povoadas, especialmente quando acarretam danos a instalações hospitalares e a outras infraestruturas civis”.
O Brasil também pediu que "as partes no conflito" cumpram as obrigações perante o direito internacional humanitário, incluindo a proteção de instalações hospitalares, que “devem ser respeitadas em todas as circunstâncias”.
O Itamaraty voltou a defender o diálogo e uma solução pacífica para o conflito da Rússia na Ucrânia. “Até que os atores relevantes se engajem de forma genuína e eficaz em negociações de paz, o Brasil reitera o apelo para que três princípios para a desescalada da situação sejam observados: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte”, finalizou.
Condenação da comunidade internacional
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou os ataques russos, que qualificou de "particularmente chocantes". "Realizar ataques contra civis é proibido pelo direito internacional, e esse tipo de ataque é inaceitável e deve cessar imediatamente", disse em comunicado.
Em Bruxelas, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, criticou que a Rússia continue a atacar alvos civis ucranianos.
"A Rússia continua a colocar implacavelmente como alvo os civis ucranianos. Os ataques aéreos de hoje mataram ou feriram dezenas, e destruíram o maior hospital infantil de Kiev, Okhmatdyt", escreveu Borrell na rede social X. Ele ressaltou que "todos os responsáveis pelos crimes de guerra russos terão que prestar contas".
Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir os ataques, que atingiram o hospital pediátrico. A reunião foi solicitada pela França e pelo Equador, convocação que foi imediatamente apoiada pelo Reino Unido e pelos Estados Unidos.
Leia a nota do Itamaraty
O governo brasileiro condena o bombardeio que atingiu hoje o hospital infantil Ohmatdyt, em Kiev, que resultou em número expressivo de vítimas fatais, incluindo crianças. O governo brasileiro reitera sua condenação a ataques em áreas densamente povoadas, especialmente quando acarretam danos a instalações hospitalares e a outras infraestruturas civis, e expressa sua solidariedade às vítimas e a seus familiares.
O Brasil exorta as partes no conflito a cumprirem suas obrigações perante o direito internacional humanitário, inclusive a proteção especial conferida a instalações e unidades médicas, que devem ser respeitadas em todas as circunstâncias.
O governo brasileiro continua a defender o diálogo e uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Até que os atores relevantes se engajem de forma genuína e eficaz em negociações de paz, o Brasil reitera o apelo para que três princípios para a desescalada da situação sejam observados: não expansão do campo de batalha, não escalada dos combates e não inflamação da situação por qualquer parte.