Os seguranças flagrados em prática de tortura contra dois homens que furtaram pacotes de picanha trabalhavam de forma irregular, indica a Polícia Civil na investigação do caso. Acontece que a empresa terceirizada não teria o registro da Polícia Federal (PF) para exercer a atividade de segurança privada.
Em nota, a PF disse que iniciou um processo administrativo para dar início ao encerramento das atividades da empresa. Isso pode culminar na cassação do CNPJ do negócio, cujo registro é apenas para limpeza e zeladoria.
O supermercado onde o crime aconteceu informou que já rescindiu o contrato com a terceirizada. Os advogados que a representam negaram irregularidades quanto à prestação de serviços no âmbito privado e que, em momento oportuno, mostrarão as regularidades.
Sobre o andamento das investigações, o advogado da empresa de segurança disse que ela mantém contato com as autoridades para contribuir com as investigações. Três dos agressores são policiais militares, segundo divulgaram as polícias Civil e Militar.
Dois dos PMs envolvidos são da ativa e atuam em batalhões da Brigada Militar em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, mas já foram afastados das ruas. O crime aconteceu em Canoas, na Região Metropolitana. O outro militar está na reserva remunerada.
Pelo regulamento da Brigada Militar, os PMs da ativa são vetados a prestarem serviços de segurança particular.
Outro envolvido no crime, inclusive responsável por fotografar a pose dos seguranças após a tortura, é o gerente do supermercado. Todos foram afastados das funções no estabelecimento.