O secretário de Estado Antony Blinken disse ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que obteve de Israel o compromisso de impedir que colonos israelenses continuem a atacar palestinos na Cisjordânia.
Mais de 130 palestinos foram mortos em confrontos com o exército e colonos israelenses desde o massacre do Hamas em Israel, em 7 de outubro — número igual ao ano de 2022, pelas estatísticas das Nações Unidas. Do lado de Israel os mortos são 26.
Blinken disse ainda a Abbas, neste domingo (5), em Ramallah, que os Estados Unidos vão levar serviços essenciais e ajuda para Gaza. Ele chegou a Israel na sexta-feira (3) vindo da Jordânia, onde se reuniu com ministros de países árabes. O chanceler jordaniano lhe pediu: “Pare com essa loucura”, referindo-se às mortes de civis vítimas de bombardeios israelenses. E o chanceler egípcio, Sameh Shoukry, repetiu o refrão mundial: “cessar-fogo imediato”.
Líderes árabes estão no limite de pressões internas, em seus países, devido ao número de mortos em Gaza, já mais de 9 mil, e pediram a Blinken que “os EUA ajam imediatamente”. Mas ele respondeu: “Em nossa opinião, um cessar-fogo agora simplesmente deixaria o Hamas no lugar, capaz de se reagrupar e repetir o que fez em 7 de outubro. Nenhuma nação — nenhum de nós — pode aceitar isso.”
O encontro em Ramallah deste domingo (5) indica que Abbas pode assumir Gaza depois da guerra — ele que foi expulso de lá pelo Hamas, em um golpe violento em 2007. A Autoridade Palestina tem reconhecimento internacional e é favorável à solução de dois estados dentro do Israel atual, com os territórios ocupados em 1967. Mas Abbas não seria o político mais popular para se tornar o interlocutor palestino em negociações de paz.