"Se cair o preço no mercado internacional, cai aqui", diz presidente da Petrobras sobre alta dos combustíveis

Em entrevista exclusiva, general Silva e Luna afirma que é preciso ter um esforço do país como um todo, mas defende que a estatal poderia falir com uma mudança na política de preços dos combustíveis

Da Redação, com Rádio Bandeirantes

O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, defendeu nesta sexta-feira (01) a política de preços adotada pela estatal. Segundo ele, "tem que ter um esforço do país como um todo" para que o preço dos combustíveis comece a cair. Mas ele admitiu que a tendência é a de que o valor aumente, e que só cairia com uma redução no mercado internacional.

Silva e Luna afirma que, apesar dos lucros altíssimos obtidos pela empresa recentemente, os aumentos do preço se justificam. O presidente explica que o lucro é um retorno das políticas de austeridade, quitação de dívidas e venda de refinarias.

"Se o mercado internacional cair o preço, vai cair aqui", afirmou o presidente da Petrobras em entrevista exclusiva ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes

A escalada de aumentos que levou a gasolina à casa dos R$ 6 ou R$ 7, dependendo da região, colocou a definição dos valores sob intensa discussão. Segundo o presidente da Petrobras, além de uma alta global dos combustíveis como efeito da pandemia, os preços no Brasil são elevados também por causa da tributação estadual.

Para Silva e Luna, é inevitável que os preços flutuem internacionalmente, e reforça que o problema não é tributário - ou seja, não é diminuindo impostos que os preços cairão. 

O presidente Jair Bolsonaro já sinalizou anteriormente a possibilidade de mudanças na política de preços dos combustíveis, mas Silva e Luna reforçou a inviabilidade de uma mudança: "Nós seguimos a mesma política e, se ela mudar, ela vai falir."

Vídeo: Seguimos a mesma política e, se ela mudar, a Petrobras vai falir

"Petrobras não faz políticas públicas"

O presidente da Petrobras defendeu ainda a criação de um fundo para equilibrar o preço repassado ao consumidor em momentos de crise e escassez, mas afirma que isso não é responsabilidade da empresa, já que é uma iniciativa de política pública.

“A Petrobras tem responsabilidade social, mas não faz políticas públicas”, afirmou. "O que a Petrobras pode fazer - e está - é distribuir dividendos e tributos para o seu acionista majoritário, que é o Governo Federal, pra daí o Governo poder fazer política pública".

Uma das alternativas prevê que o governo guarde recursos que recebe como acionista para suavizar repasses ao consumidor diante de variações do dólar e do petróleo. 

Silva e Luna disse ainda que existe o projeto de um fundo regulador para estabilizar os preços dos combustíveis através dos dividendos da Petrobras pagos à União, mas reforçou que a iniciativa deve partir do Governo Federal, e a Petrobras é apenas consultora.

Vídeo: Tem que ter um esforço do país como um todo, diz Silva e Luna

Joaquim Silva e Luna também disse não ter conhecimento de nenhuma discussão a privatização da empresa: "Este é um tema que cabe ao governo, uma decisão nessa direção deve partir dele, mas não há essa discussão dentro da empresa".

Veja a íntegra da entrevista exclusiva com o presidente da Petrobras:

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