Líder do governo na Câmara Federal, o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) falou neste sábado, 6, sobre o “enquadro” na Anvisa, para acelerar a aprovação de novas vacinas em conversa com Thays Freitas e Agostinho Teixeira, ao vivo, no Jornal Gente da Rádio Bandeirantes.
Para o deputado federal, o órgão regulador não deve criar entraves para a chegada de novos imunizantes no país. De acordo com o político, foi ele quem pediu para retirar a necessidades de teste da fase 3 no país para aprovação de uso emergencial.
“Se a Anvisa não fizer por si só normas razoáveis, o Congresso estabelecerá as normas. Eu apresentei um projeto de decreto legislativo para suprimir a exigência de fase 3 no Brasil. Fazer todo teste no Brasil custa US$ 80 milhões, dá para comprar 8 milhões de vacinas”, justificou.
“Se isso foi feito em outro país, a Anvisa vai estudar o que aconteceu em outro país, ver o que aconteceu lá. Se achar que está bom, aprova ou não. A Anvisa no mesmo dia retirou a exigência da fase três”, completou.
Nessa sexta-feira, 5, o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse que vai pedir para Bolsonaro vetar uma Medida Provisória que impõe prazo de cinco dias para que a agência analise pedidos de uso emergencial das vacinas contra a Covid-19 em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, do Brasil Urgente.
Barra Torres afirmou que pode ir ao Supremo contestar a medida caso o presidente da República sancione a lei. Ele acredita que a aceleração do processo pode afetar 20 anos de credibilidade da Anvisa e criticou a pressão política feita pelo deputado Ricardo Barros.
O líder do governo na Câmara disse durante a semana que iria “enquadrar” a Anvisa pela morosidade na aprovação dos imunizantes. A declaração abriu uma crise com a agência e foi mal vista por parte de cientistas. O fundador da Anvisa, Gonzalo Vecina, sugeriu que a União Química, que quer trazer a Sputnik V para o Brasil, estaria “comprando” deputados.