As autoridades de Saúde começaram a rastrear os passageiros do voo Londres - Rio de Janeiro que podem ter tido contato com o passageiro que foi confirmado com a varíola dos macacos (monkeypox) nesta semana.
Os primeiros contatos com outros passageiros já começaram a ser feitos e não há, até o momento, outros casos suspeitos. Todos que foram contactados não apresentam sintomas para a doença.
Cinco pessoas que tiveram contato com o homem infectado já são monitoradas. Segundo a prefeitura, o paciente, de 28 anos, e que não teve o nome divulgado, mora em Londres e chegou à capital fluminense no último dia 11 de junho.
Com sintomas, ele procurou o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, onde passou por exame que constatou a infecção.
Esse é o quinto caso confirmado no Brasil da doença. Outras três pessoas em São Paulo e uma no Rio Grande do Sul também apresentam resultado positivo para a varíola dos macacos.
Espírito Santo
O Espírito Santo também registrou o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos. Trata-se de um homem estrangeiro, de 44 anos, comandante de uma embarcação marítima de carga que chegou de Singapura na última semana.
O paciente relatou à equipe médica sintomas como febre súbita e erupções na pele que se espalharam pelo corpo em menos de 48 horas. Ele está internado em uma área isolada de um hospital particular de Vitória e apresenta um quadro estável.
Os demais tripulantes do navio são monitorados por equipes médicas e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Minas Gerais
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais investiga mais dois casos suspeitos de varíola de macacos no Estado, sendo um em Belo Horizonte e outro em Ouro Preto, na Região Central do estado. Um terceiro caso segue sendo monitorado em Ituiutaba, no Triangulo Mineiro.
Segundo a pasta, até o momento, os casos suspeitos não têm histórico de deslocamentos ou viagens para o exterior. As amostras coletadas dos pacientes suspeitos estão sendo analisadas pela Fundação Ezequiel Dias.
Bahia
O primeiro caso suspeito de varíola dos macacos foi registrado na Bahia. O paciente é de Salvador e está internado em um hospital da rede privada. Ele tem febre alta, inchaço no pescoço e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. A informação foi divulgada pela Secretaria Estadual da Saúde.
Um exame para identificar a doença foi feito no paciente e encaminhado para análise, no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia). Ainda não há previsão para o resultado do teste.
Transmissão
A transmissão de Monkeypox ocorre principalmente por contato próximo a pessoas infectadas, como abraços, beijos, relações sexuais ou secreções respiratórias próximos e por tempo prolongado. O contágio também acontece por objetos, tecidos e superfícies utilizadas pelo doente.
Depois da infecção, leva-se geralmente de 5 a 21 dias para os sintomas surgirem, que geralmente são leves e desaparecem por conta própria em cerca de três semanas. Apesar do nome, a transmissão, na prática, não possui relação com macacos.
Na quarta-feira (15), o Ministério da Saúde descartou a morte pela doença em um paciente de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A vítima, um policial penal de 41 anos, não possuía histórico de viagem e não teve contato com nenhum caso suspeito ou confirmado.
O Laboratório de Enterovírus da Fiocruz foi nomeado como Laboratório de Referência do Ministério da Saúde em monkeypox, a varíola dos macacos.
A unidade vai analisar amostras suspeitas de infecção pelo vírus provenientes do estado do Rio de Janeiro e de toda a região Nordeste.
Até agora, a doença já matou mais de 70 pessoas em países onde ela é considerada endêmica, como áreas de floresta tropical na África Central e na África Ocidental.
União Europeia
A União Europeia anunciou nessa quarta-feira (15) a compra 110 mil doses de vacinas contra a varíola dos macacos. O bloco fechou acordo com o laboratório de biotecnologia Bavarian Nordic.
“Este acordo fará com que as vacinas estejam rapidamente disponíveis para todos os Estados-Membros da UE, Noruega e Islândia”, disse a UE em comunicado.
Apesar de não fazerem parte do bloco, Noruega e Finlândia terão direito a receber imunizantes.
De acordo com o bloco, desde 18 de maio, já foram registrados cerca de 900 casos de varíola dos macacos em 19 países da UE, Noruega e Islândia. Os países com mais casos terão prioridade no recebimento das doses.
A União Europeia disse que as primeiras remessas serão enviadas até o final do mês.