Após passar dois procedimentos no cérebro na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu alta hospitalar na manhã deste domingo (16).
O mandatário surgiu de surpresa, vestindo um chapéu Panamá, na coletiva de imprensa de sua equipe médica no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele se emocionou e deu detalhes sobre a última semana no hospital.
Os médicos da equipe também falaram sobre a gravidade do caso quando Lula deu entrada no Sírio-Libanês, em Brasília. Transferido para São Paulo após uma tomografia detectar um sangramento intracraniano, o presidente passou por uma cirurgia de emergência na madrugada do dia 10 e permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital até a sexta-feira (13) quando postou nas redes sociais um vídeo caminhando pelos corredores do local ao lado do neurocirurgião Marcos Stávale.
O quadro de saúde do presidente despertou preocupação dos brasileiros e, segundo o Google Trends, o interesse de busca pelo termo "Lula" atingiu o segundo maior pico desde a posse em janeiro de 2023.
Primeiro procedimento: cirurgia de emergência para estancar sangramento intracraniano
A cirurgia de emergência a qual Lula foi submetido no dia 10 foi para a retirada do líquido que se acumulava na região lateral da cabeça.
O procedimento se trata de uma trepanação craniana. Inicialmente, a informação era de que se tratava de uma craniotomia. No entanto, este procedimento realiza intervenções maiores no crânio, o que não foi necessário no caso do presidente, explicou a equipe médica.
Na trepanação é usado um dreno padrão para drenagem do hematoma e o procedimento não representa uma violação importante do crânio. Poucas horas após a cirurgia, o presidente acordou e se alimentou, mas permaneceu na UTI.
Segundo procedimento: embolização de artéria meníngea para evitar novos sangramentos
Dois dias depois da primeira cirurgia, Lula retornou ao centro cirúrgico para um procedimento complementar: a embolização da artéria meníngea.
Dessa vez, o procedimento foi para evitar novos sangramentos. Na embolização, os médicos inseriram um pequeno dreno, de menos de 1 milímetro a partir da coxa do presidente. O dreno continha um material, inserido na artéria meníngea, que impediria que essas veias voltassem a irrigar a região do hematoma, onde aconteceu o sangramento e o acúmulo de líquido.
A alta hospitalar aconteceu no domingo (15). Era esperado que o presidente recebesse alta no começo da semana, mas com a recuperação, a saída do hospital foi antecipada. Lula deve permanecer em São Paulo até esta quinta-feira (19) quando passará por uma tomografia e então a equipe médica irá avaliar seu retorno à Brasília. Lula está proibido de fazer viagens longas e atividade física, segundo os médicos.
Compilando os dados de busca desde a posse, o termo "saúde de Lula" era considerado de baixo interesse até o presidente passar pela primeira cirurgia. Um leve aumento nas buscas por estes termos acontece entre março e abril de 2023 quando Lula contraiu uma pneumonia e precisou cancelar uma viagem à China.
Em outubro, quando Lula cai no banheiro e bate a cabeça, os brasileiros passaram a ter algum interesse pelo estado de saúde do petista. No entanto, o ápice de interesse de buscas acontece quando o mandatário passa pela primeira cirurgia.
Lula, que está proibido de fazer viagens longas e atividade física, deve passar o Natal e o Ano Novo em Brasília. Ele tem uma viagem à China marcada para março de 2025.