O projeto para despoluir o Rio Pinheiros, um antigo sonho dos paulistanos, entrou na fase final. Em abril de 2021, um ciclista flagrou uma imagem rara. Ele registrou um cardume de peixes no rio marcado pela poluição. Vida aquática à vista?
Nos últimos dois anos, a poluição caiu pela metade, mas ainda não é possível dizer que os peixes voltaram para valer. Há muito trabalho de limpeza a ser feito. Desde 2020, mais de 550 mil casas que depositavam dejetos direto no rio foram conectadas à rede de tratamento de esgoto.
Em outras palavras, todo esse volume de acesso à coleta de esgoto seria o mesmo que fazer o saneamento da população inteira de Recife, onde vivem mais de 1,6 milhão de pessoas.
“O segredo: os contratos por desempenho. Fazer com que as empresas contratadas sejam parceiras. Quanto mais esgoto a recolher, quanto melhor a qualidade do afluente, melhor a produtividade do contrato”, explicou Marcos Penido, secretário de Meio Ambiente de São Paulo.
Além disso, há o trabalho permanente de limpeza. Embarcações especiais coletam o lixo que boiam na superfície e fazem a dragagem, procedimento para retirar sedimentos que estão no fundo do rio. Não será possível nada no Pinheiros, mas a intenção é torná-lo navegável em alguns pontos.
Com a água mais limpa e sem mau cheiro, existe a expectativa de que os moradores de São Paulo se aproximem mais do rio. Devido a isso, as margens passam pela transformação para se tornarem parques lineares, com ciclovias, pistas de caminhada, quiosques e espaços de ginástica.
“Em breve, a população poderá desfrutar, aqui, de restaurantes, cafés, bares, um centro de compras, com investimento que vai permitir que a Usina São Paulo funcione 24 horas por dia, 365 por ano”, disse o governador João Doria.