O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, defendeu nesta quinta-feira (22) uma política internacional de redução em 50% da emissão de gases causadores do efeito estufa até 2030.
A avaliação foi feita após a participação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Cúpula do Clima, organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Em seu discurso, Bolsonaro voltou a defender o compromisso de eliminar o desmatamento ilegal até 2030 – promessa que já havia sido feita em carta a Biden.
“É uma tarefa complexa, e medidas de comando e controle são parte da resposta. Apesar das limitações orçamentárias do governo, fortaleci os órgãos ambientais e dupliquei o investimento em ações de fiscalização”, declarou Bolsonaro.
Em entrevista coletiva, Salles deixou claro que a meta é semelhante à de outros países. Segundo o ministro, com o combate ao desmatamento ilegal, o Brasil deverá se aproximar naturalmente da redação da emissão de gases defendida na cúpula.
“A meta de eliminação do desmatamento ilegal, reafirmada hoje pelo presidente Bolsonaro durante sua fala no encontro de líderes, proporcionará exatamente o que outros países também estão afirmando: que em 2030 alcançarão 50% de redução de suas emissões de gases. Com o Brasil reduzindo seu desmatamento ilegal a zero, ele também chegará a próximo de 50% de redução dos gases de efeito estufa”, projetou.
Para começar a cumprir a meta a curto prazo, Salles defendeu a tomada do que chamou de “medidas estruturantes”. Entre elas, a regularização fundiária, o zoneamento econômico ecológico, a bioeconomia e o pagamento por serviços ambientais. Mas deixou claro que espera apoio no orçamento para que o País busque seus objetivos.
“As ações que se seguirão a partir de 1º de maio têm todas as condições de reduzir o desmatamento em um prazo anterior a 2030”, acredita o ministro.
“Para isso o governo coloca seus recursos - agências ambientais, Polícia Federal, logística das Forças Armadas - e abre a possibilidade para que países, empresas, entidades nacionais e estrangeiras colaborem com o robustecimento do orçamento para a redução do desmatamento ilegal”, acrescentou.
A Cúpula do Clima acontece em meio a um período de pressões sobre Ricardo Salles. Na véspera, personalidades como a líder indígena Sônia Guajajara e a cantora Anitta pediram nas redes sociais a saída do ministro, que ganhou o incentivo de apoiadores. Na terça-feira, nomes como Leonardo DiCaprio, Jane Fonda, Katy Perry, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Sônia Braga já haviam pedido que Biden não negociasse a respeito da Amazônia com o governo Bolsonaro.
Mesmo com as manifestações, Salles vê a possibilidade de contar com o apoio financeiro internacional na questão. “Nós vamos abrindo essa possibilidade de que estrangeiros nos ajudem com recursos vultosos imediatamente para cuidar da parte econômica e social da Amazônia”, explicou.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, o Brasil já apresentou aos Estados Unidos um plano de ação para reverter, em 12 meses, a tendência de aumento do desmatamento.
Conexão BandNews com The New York Times
O Conexão BandNews com The New York Times reunirá nesta quinta-feira (22), a partir das 18h, ministros, empresários e especialistas para debater o tema “O que esperar do mundo pós-pandemia?”. Entre os nomes já confirmados, estão Tereza Cristina (ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Yang Wanming (embaixador da China no Brasil), Tarcísio de Freitas (ministro de Infraestrutura) e Suresh Reddy (embaixador da Índia no Brasil).
O Conexão BandNews é inspirado no formato “Turning Points” (pontos de virada), idealizado pelo The New York Times, responsável não só pela curadoria deste evento, como também por abrilhantar os debates com a participação de jornalistas do veículo norte-americano.
Os painéis poderão ser conferidos ao vivo em todas as plataformas digitais do BandNews TV, assim como na TV em flashes ao vivo, além de entradas no Jornal da Band e em reportagens das rádios Bandeirantes e BandNews FM.