A médica Rita Lobato Velho é a personalidade brasileira homenageada pelo Google Doodle desta sexta-feira (7).
Rita foi a primeira mulher a se formar em medicina no Brasil e também foi uma importante ativista pelo sufrágio feminino no país.
Com especialização em obstetrícia, ela se formou em dezembro de 1887 na Faculdade de Medicina da Bahia defendendo a tese intitulada "Paralelo entre os Métodos Preconizados na Cesariana", tema pouco abordado na época.
Na imagem do Doodle, o Google mostra uma ilustração de Rita com estetoscópio cuidando de diversos órgãos do corpo humano.
Quem foi a Dra. Rita Lobato Velho
Rita Lobato nasceu em 7 de junho de 1866, no município de São Pedro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Filha de Francisco Lobato Lopes, dono de comércio de charque, e Rita Carolina Velho Lopes.
Por volta de 1883, Rita, que vivia em Pelotas com a família, se muda para Bahia para cursar a primeira faculdade de medicina do país.
Sua mãe, Rita Carolina, não conseguiu ver a filha conquistar o feito de primeira médica do Brasil. Ela faleceu no parto do irmão caçula de Rita, quatro anos antes de sua formatura. Rita teve 13 irmãos.
A morte da mãe marcou a história de vida e a trajetória profissional de Rita, que prometeu que ninguém morreria durante o parto em suas mãos.
De sua mãe, guardou a frase: “se fores médica algum dia, pratica sempre a caridade”.
Rita Lobato se casou com Antônio Maria Amaro de Freitas, em 1889, dois anos depois de sua formatura.
Antônio Maria se formou em direito no Rio de Janeiro. Depois de concluírem os estudos, o casal voltou a viver no Rio Grande do Sul e tiveram uma filha, Ísis.
De volta ao seu estado, Rita se especializou em "moléstias de senhoras" e fez trabalhos voluntários se valendo do título de médica.
Rita Lobato morreu em 1954 com quase 90 anos – ela exerceu sua profissão até os 76 anos.
Rita Lobato, o sufrágio feminino no Brasil e a política
A primeira médica brasileira também foi uma importante ativista pelo voto feminino no país, segundo pesquisadores.
Após a morte do marido em 1926, Rita passa a atuar ao lado da ativista Bertha Luz e presencia a aprovação do Código Eleitoral de 1932 e a eleição da médica Carlota Pereira de Queirós para o Congresso Nacional.
Inevitavelmente, Rita Lobato passa a integrar o cenário político da época, filia-se ao Partido Libertador e consegue se eleger vereadora em Rio Pardo, no Rio Grande do Sul, em 1935, se tornando a primeira mulher a ocupar o cargo na cidade.
Uma das ruas centrais da cidade de Rio Pardo leva o nome da primeira médica brasileira.