Saiba quem é Liz Truss, nova primeira-ministra do Reino Unido

Com 47 anos, casada, mãe de dois filhos e fã de Margaret Thatcher, Liz Truss estudou filosofia, política e economia em Oxford

Por Édrian Santos

Liz Truss foi eleita primeira-ministra do Reino Unido Divulgação/redes sociais
Liz Truss foi eleita primeira-ministra do Reino Unido
Divulgação/redes sociais

Membros do Partido Conservador britânico escolheram, nesta segunda-feira (5), Liz Truss para ser a nova primeira-ministra, considerada até mais incisiva que Boris Johnson em assuntos polêmicos como imigração e Brexit. Nesta matéria da Band, você conhecerá mais sobre o perfil da mulher que se inspira em Margaret Thatcher para governar o Reino Unido.

“A gente pode esperar uma ‘Dama de Ferro’. Aliás, a Margareth Thatcher é uma inspiração da Liz Truss, que é uma política que tem 47 anos. Ela já ocupou seis cargos de ministérios ao longo de três últimos cargos de primeiros-ministros”, explicou a especialista Carolina Pavese, professora de relações internacionais, em entrevista ao BandNews TV.

Atuação política e profissional de Truss

Elizabeth Truss, atualmente, é secretária das Relações Exteriores do Reino Unido, nomeada em setembro de 2021. Anterior a este posto, ela chefiou o Ministério das Mulheres e Igualdade. Eleita deputada em 2010 e com 47 anos, a nova premiê estudou filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.

De 2012 aos dias atuais, Truss ocupou importantes cargos no governo britânico. Ela foi subsecretária de Estado Parlamentar para Educação e Assistência Infantil (2012), secretária de Estado para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (2014-2016), além da nomeação como Lorde Chanceler e Secretária de Estado da Justiça (2016-2017). A política também foi secretária-chefe do Tesouro entre 2017 e 2019.

Casada e mãe de dois filhos, Truss também trabalhou no setor de energia e telecomunicações, além da experiência de 10 anos como gerente comercial e diretora econômica.

Especialista comenta

A professora de relações internacionais entrevistada pelo BandNews TV explica que Truss deve adotar políticas mais duras contra a imigração a na condução do Brexit. A favorita ao governo britânico também foi contra a concessão de voucher para amenizar os efeitos da crise energética devido à guerra na Ucrânia. Após repercussão, voltou atrás.

O governo de Truss deve apostar mais no Reino Unido e menos na União Europeia. Na próxima terça-feira (6), a conservadora se encontra com a rainha Elizabeth para oficializar a indicação do partido. A nova premiê recebeu 57,4% dos votos dos membros da legenda contra 43% do oponente Rishi Sunak, que integrou o governo de Johnson, mas que, hoje, é considerado traidor.

Rishi Sunak, ex-ministro das Finanças de origem indiano-britânica, é considerado um “grande inimigo” de Boris Johnson. Apesar da tentativa de descolar a imagem do ex-premiê, o político foi um dos que participou das festas governistas durante o lockdown.

Saída turbulenta de Johnson

Em julho, Boris Johnson renunciou ao cargo em meio a escândalos. O premiê tinha ampla maioria no Parlamento. Por outro lado, denúncias relativas ao escândalo conhecido como “Partygate” fizeram com que toda essa rede sustentação começasse a ruir.

A gota d’água envolveu denúncias de assédio contra deputado conservador Chris Pincher, um dos principais aliados do então primeiro-ministro e indicado a vice-líder do Partido Conservador. Homens relataram que foram apalpados em festa da legenda, o que desencadeou outras acusações semelhantes.

Em carta enviada ao primeiro-ministro, Pincher pediu desculpas, disse que estava bêbado e que se envergonha do comportamento inadequado, além de renunciar ao cargo de confiança no governo. Johnson, então, suspendeu o aliado das atividades do partido.

Johnson mentiu ao Parlamento

Boris Johnson sabia de acusações de assédio envolvendo Pincher desde 2019. Ainda assim, nomeou-o para ser vice-líder da bancada conservadora. Ao parlamento, o primeiro-ministro ocultou a informação, até que, pressionado, confessou.

Em quase três anos, o governo de Boris Johnson também foi marcado por feitos polêmicos, a exemplo da concretização da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), apoio do então primeiro-ministro à Ucrânia contra a Rússia e campanha de vacinação em massa contra a covid-19, apesar do tom negacionista no início da crise sanitária.

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