Saiba quais são os cuidados que Faustão deve tomar por ser transplantado

O apresentador passou cinco dias internado pós-transplante e deve seguir em acompanhamento médico

Da Redação

Faustão na Band: último episódio carrega grandes emoções
Renato Pizzutto/ Band

Faustão recebeu alta no último final de semana após passar cinco dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Em nota à Band, a equipe médica informou que ele seguirá sob orientações para reabilitação pós-transplante de coração. Tudo isso, gerou uma curiosidade sobre os cuidados que precisam ser tomados pós-transplante.

Para entender o caso, conversamos com o clínico médico, Vital Fernandes Araújo, que respondeu algumas perguntas sobre a vida pós-cirurgia. 

Quais cuidados que precisam ser tomados pós-transplante?

Após um transplante, são necessários alguns cuidados para garantir o sucesso do procedimento. Dentre os principais destaca-se o controle do peso e da ingestão de açúcar e sal. 

Isso porque, deve-se evitar excessos e ganho ou perda abrupta de peso durante alguns meses após a realização do transplante. Para isso é importante manter uma dieta saudável e equilibrada, evitando alimentos crus ou mal cozidos que possam causar infecções. 

Seguir orientações médicas de retornos e acompanhamentos, questões relacionadas a repouso e limitações de determinadas atividades físicas também são cuidados fundamentais. 

Quais remédios devem ser tomados?

Os medicamentos imunossupressores são os mais importantes após um transplante para prevenir a rejeição do órgão. Os tipos e doses variam, mas geralmente incluem corticosteroides e agentes imunossupressores. Cada paciente deve ser monitorado de perto por um médico especialista para ajustes na medicação.

Existe alguma coisa que um transplantado não pode fazer?

Esse tipo de limitação pode variar bastante de acordo com diversas características de cada caso, no entanto, em geral, indica-se que o paciente evite exposição a ambientes com risco de infecção, como multidões ou áreas de construção. Além disso, qualquer tipo de atividade física deve ser indicada pelo médico responsável do tratamento.

Existe algum risco do órgão ser rejeitado ou de parar de funcionar?

O risco de rejeição ao órgão transplantado é maior nas primeiras 72h após a realização do procedimento, período no qual o paciente é observado de perto e o risco de infecções é mais fortemente monitorado.

Em geral, o pico de incidência de rejeições é no primeiro mês após o transplante e reduz nos cinco meses seguintes, chegando a um estado de equilíbrio em cerca de um ano.

Tudo começou com uma insuficiência cardíaca

Logo após a exibição do último Faustão na Band, João Guilherme, filho do apresentador, postou um vídeo do pai, que havia sido internado às pressas, nas redes sociais. Tratando uma insuficiência cardíaca, ele declarou: "Ô, galera. Hoje que minha filha estreou, que fiz meu último programa na Band e que recebi uma mensagem maravilhosa do Johnny Saad... eu, por sorte, ainda não morri. Estou preparado para as coisas da vida". 

A insuficiência cardíaca é uma condição progressiva na qual o coração perde a capacidade de bombear o sangue na quantidade necessária para nutrir o organismo. Isso pode acontecer devido ao enfraquecimento ou enrijecimento do músculo cardíaco. O tratamento inclui o uso de medicamentos, mudança nos hábitos de vida e tratar a causa primária da condição.

Contudo, quando esse tipo de tratamento para insuficiência cardíaca não consegue melhorar ou estabilizar a condição, o transplante de coração é indicado. Um estudo da revista eletrônica “Acervo Médico” sobre as complicações neurológicas após cirurgia cardiovascular explica que o transplante cardíaco é considerado uma opção terapêutica definitiva para pacientes com insuficiência cardíaca terminal, com taxas de sobrevida crescentes. 

Nas últimas décadas o avanço tecnológico promoveu a diminuição da morbimortalidade em cirurgias cardíacas.  Mas as complicações neurológicas representam importante causa de morbidade no período pós-operatório, sendo responsável por grande parcela de óbitos. 

Estudos apontam uma incidência dessas complicações, de diferentes graus, em até 75% dos pacientes, sendo as alterações mais comuns psicológicas transitórias, como déficits de atenção e memória, até eventos mais graves como o acidente vascular encefálico (AVE) extenso. 

Somado a isso, existem alguns fatores de risco que corroboram, como: idade avançada, a presença de doença encefálica-vascular prévia e de doença ateromatosa, quando um acúmulo de gordura e cálcio se formam na parede dos vasos sanguíneos, e procedimentos intracardíacos.

Faustão passa por transplante de coração

O ex-apresentador da Band ficou um mês internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e precisou passar por um transplante de coração. O boletim médico divulgado no dia 27 de agosto, ressaltou que a cirurgia foi um sucesso. “O Einstein foi acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada de hoje, quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B. A cirurgia aconteceu no início da tarde e durou cerca de 2h30”, diz trecho do boletim enviado pelo hospital.

O Ministério da Saúde explicou, a prioridade do apresentador para realizar a cirurgia de transplante de coração. De acordo com a pasta, o estado grave da saúde de Faustão esteve entre os motivos que priorizaram a escolha dele para receber o coração. O governo federal ainda ressaltou que, entre 19 e 26 de agosto, 13 transplantes do tipo foram feitos no Brasil, a maioria em São Paulo.

A nota da Saúde também reforça que a lista para transplantes, no Brasil, vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), é única e vale para pacientes das redes pública e privada. Vários critérios técnicos, inclusive, são adotados para a seleção do receptor, entre tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão.

“Quando os critérios técnicos são semelhantes, a ordem cronológica de cadastro, ou seja, a ordem de chegada, funciona como critério de desempate. Pacientes em estado crítico são atendidos com prioridade, em razão de sua condição clínica”, explica a pasta.

Entenda detalhes da cirurgia de Faustão: 

Faustão tratou a insuficiência cardíaca. Após o transplante, o apresentador seguiu na UTI para o acompanhamento da adaptação do órgão e controle da rejeição. Dias depois, ele teve alta e comemorou em casa com a família, que segue apoiando projetos e iniciativas em prol da conscientização sobre a doação de órgãos. 

Doe órgãos, Doe vida

O Grupo Bandeirantes lançou, com apoio do Ministério da Saúde, a campanha “Doe órgãos, Doe vida”, uma conscientização para a doação de órgãos e tecidos. 

O Brasil tem o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo, além de ser o segundo maior transplantador, atrás apenas dos Estados Unidos. A estrutura é gerenciada pelo Ministério da Saúde, responsável pela garantia de 90% das cirurgias por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Há uma integração com todas as 27 centrais estaduais.

Segundo a pasta da Saúde, atualmente, há 617 hospitais e 1.495 equipes autorizados a realizarem transplantes no Brasil. O Grupo Bandeirantes acredita que a solidariedade é motor para salvar vidas. 

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