Senadores próximos a Davi Alcolumbre (DEM-AP) dizem ele tem dado sinais de que agendará a sabatina de André Mendonça no Senado para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal até o dia 15 novembro.
Para aliados, Alcolumbre tem dito que já teria votos suficientes para derrubar a indicação de Mendonça ao STF. Ele tem atuado pessoalmente no Congresso contra a indicação do presidente, inclusive apresentando um dossiê que mostra que o ex-AGU tem ligação com integrantes da Operação Lava Jato, que apoiam a ala mais punitivista da corte.
Alcolumbre vai continuar insistindo na indicação de Augusto Aras, atualmente na Advocacia-Geral da União.
O Palácio do Planalto, por sua vez, continuará insistindo em um nome “terrivelmente evangélico”, como o próprio Bolsonaro já prometeu para a sua base, caso o nome de Mendonça seja reprovado pela CCJ.
Além da pressão do governo, existe a pressão da ala evangélica para a manutenção da indicação de Mendonça, inclusive ameaçando lançar um candidato ao senado no Amapá para tentar minar as pretensões de Alcolumbre em se reeleger pelo estado. Recentemente, o senador divulgou uma nota oficial onde relatou sofrer “agressões de toda ordem” e que "não aceitaria ser ameaçado".
Até esta segunda-feira (25), já são 104 dias desde que o nome do ex-AGU e ex-ministro foi oficializado pelo presidente Jair Bolsonaro para a vaga, mas a indicação está parada na CCJ.
Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre é o responsável por definir uma data para a sabatina de Mendonça, que foi indicado em 13 de julho deste ano pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar uma cadeira no STF. A vaga está aberta desde a aposentadoria de Marco Aurélio Mello.
Ministros do STF só podem assumir o cargo após análise do Senado — os indicados devem passar por sabatina e aprovação da CCJ, e confirmação do nome no Plenário.